A PF investiga uma triangulação, artimanha comum em maracutaias envolvendo recursos ilegais. Duas empresas de Santana, inclusive a Pólis Propaganda e Marketing, são investigadas por receberem em 2012, de empreiteiras brasileiras que atuam na África, como a Odebrecht, US$ 16 milhões (cerca de R$ 55 milhões, em valores atuais) como pagamento pela campanha que Santana fez para o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).
A forma indireta de receber um dinheiro devido pelo PT constitui crime de lavagem de dinheiro, segundo suspeita a Polícia Federal.
João Santana - que já se declarou "militante" do PT - ganhou R$ 36 milhões pela campanha de Haddad, em valores corrigidos, mas só recebeu a maior parte depois da eleição. Ele nega as irregularidades e diz que foi “uma operação legal e totalmente transparente” e garante que “o PT e somente o PT” pagou pelo seu trabalho.
O inquérito sobre a Pólis, empresa do marqueteiro, foi aberto em 2015 pela PF depois que um órgão do governo que combate a lavagem de dinheiro considerou atípica a operação que trouxe os US$ 16 milhões.
Segundo a investigação, revelada pelo jornal Folha de S. Paulo, os recursos trazidos ao Brasil por Santana teriam sido lançados como pagamento pela campanha do presidente José Eduardo dos Santos, também em 2012.
A empresa de Santana e o próprio marqueteiro negaram as irregularidades. "O contrato com a campanha de Angola foi de U$ 20 milhões, pagos pelo partido MPLA (partido do presidente angolano), depositados numa conta da Pólis no Banco Sol, em Luanda, capital de Angola", explicou em nota .
"Desse total, US$ 16 milhões foram repatriados ao Brasil gerando uma guia de R$ 6,29 milhões em pagamentos de impostos", detalhou. Em vídeo, Santana garantiu:"Eu não pago nada aos meus clientes. Eles que pagam para mim", afirmou.
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