Gilberto Carvalho condena “moralismo” e diz que PT deve seguir a “sua ética” de acordo com a estratégia política
No 5º Congresso Nacional do PT, o velho ranço marxista do partido emergiu do pântano com força. O foco foi o “neoliberalismo”, mesmo com o PT no poder há mais de 12 anos! A grande ameaça que as múmias esquerdistas enxergam no país hoje é a perda da hegemonia da esquerda nas ruas e nos debates, ou seja, eles reconhecem aquilo que muita gente “do lado de cá” nega: que a esquerda tinha (ou tem) e busca o monopólio das “mentes e corações”, seguindo o guru Gramsci (citado nominalmente). Só não vê quem quer continuar voluntariamente sendo cego.
É um show de horrores, e nada como deixar os próprios socialistas falarem para expor a estupidez socialista. Tem de tudo ali, e é difícil julgar quem consegue ser pior. Feminismo a serviço da luta anticapitalista, descaso total com o ajuste fiscal ou com essa “coisa” de superávit, uma bandeira da Globo, do Valor e dos “rentistas” (risos), o movimento racial no combate ao “neolberalismo”, etc. É medonho, mas é mais assustador ainda quando lembramos que essa gente está no poder!
O ponto alto foi quando Gilbertinho Carvalho, em vez de explicar melhor a morte de Celso Daniel, preferiu defender o ex-tesoureiro do PT, Vaccari Neto, e tascou, sem mais nem menos, que esse “moralismo” não presta, pois o PT precisa seguir a “sua ética”, que está voltada para sua estratégia política. Traduzindo para o leitor mais desatento: esqueça essa coisa de defender princípios morais, pois o PT está acima do bem e do mal, pode roubar à vontade, pois tem uma “causa nobre”, que é permanecer para sempre no poder.
Eis a mentalidade totalitária de quem se julga acima das leis, e eis o que explica melhor o fato de o PT ser o câncer da política nacional, uma quadrilha disfarçada de partido, que banalizou e institucionalizou a corrupção no Brasil, sendo responsável por escândalos nunca antes vistos na história deste país. A “ética” petista é aquela que fortalece sua estratégia política, ou seja, que preserva o partido no poder. O resto é coisa de “moralista”, essa gente pequeno-burguesa que acha que existe certo e errado, que pensa que todos devem responder da mesma forma perante as leis.
A confissão está lá, dita claramente, não por uma figura obscura do PT, mas pelo ex-ministro Gilberto Carvalho, poderoso ministro do governo Lula, poderoso ministro do governo Dilma, figura do alto escalão petista. Mas ainda há muita gente que prefere fingir não ter escutado o recado, que repete feito autômato que são todos iguais, que todos os partidos têm corrupção, etc. Ignoram que o PT, ao contrário dos demais, enxerga a corrupção como um método legítimo, justificável para sua estratégia.
Por isso que corruptos são expulsos de outros partidos quando expostos pela imprensa ou Justiça, enquanto os petistas protegem os seus, enaltecem seus corruptos como heróis. Não há corruptos no PT, segundo sua lógica gramsciana; apenas corajosos membros que seguem uma “ética” diferente para perpetuar o partido no poder. Se você discorda, se você condena o mensalão e o petrolão, então saiba que não passa de um “moralista burguês”.
Não adianta tergiversar: quem ainda defende o PT tem desvio de caráter!
Rodrigo Constantino
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