Paulo Castelo Branco
Na minha casa era a maior confusão para dar uma volta na velha bicicleta preta da marca Philips. Até hoje há controvérsias de como ela apareceu na nossa sala do dia de Natal. Éramos sete homens e quatro mulheres a disputar algumas pedaladas. Ela era inglesa, dois quadros, bagageiro, farol e uma bomba pneumática fixada na barra inferior. As meninas e os menores pedalavam com as pernas entre os quadros; maior perigo! A alegria durou pouco. Meu pai percebeu o risco das brincadeiras, quando os machucados se multiplicaram e ele decidiu vender a bicicleta. Ainda bem que não foi para um vizinho, pois, se assim fosse, morreríamos de raiva.
Durante anos as bicicletas, pelo menos nas grandes cidades, perderam espaço para os transportes coletivos e sumiram das ruas. Voltaram recentemente com a divulgação maciça das vantagens para a saúde daqueles que pedalam habitualmente.
Competições também incentivaram o desenvolvimento do esporte e o aparecimento de atletas conceituados ou não, como foi o caso do campeão Lance Armstrong que, depois de vencer a “Volta da frança” por sete vezes, confessou praticar doping, dando pedaladas nos adversários. Caiu da bicicleta e perdeu os seus títulos.
Os equipamentos se tornaram sofisticados e há no mercado bicicletas mais caras do que carros, abrindo os olhos de marginais que atacam seus proprietários para roubarem os veículos. A coisa ficou tão feia que alguns latrocínios amedrontam as pessoas e as inibe de praticar a saudável pedalada.
Há, ainda, a utilização da “pedalada” para indicar procedimentos econômicos e políticos que encobrem as reais condições do país. O governo Dilma tem sido acusado de manipular contas para demonstrar a pujança da economia nacional. A oposição já protocolou ação contra a presidente por causa das pedaladas mais recentes. O caso é grave, mas parece que ainda não será desta vez que a presidente cairá da sua magrela.
É bom lembrar que John Kerry, secretário de Estado Americano que adora se mostrar sobre o seu “camelo”, levou um tombo numa ruazinha da Suíça e fraturou o fêmur.
Aliás, magricela como está, Dilma, seguindo as orientações de seus marqueteiros, decidiu pedalar para aparecer na mídia e transformar a “pedalada econômica” em agradável passeio pelas avenidas da capital.
A presidente deve ter cuidado com essas peripécias, pois a idade também pesa no final das contas. O ideal é que volte a caminhar na ciclovia da Península dos Ministros, acompanhada do seu fiel cão Nego, como fazia em seus tempos de paz. Ali, nunca foi hostilizada, mesmo sabendo que os demais frequentadores a olhavam com receio em razão de sua intolerância.
Por fim, não se pode esquecer de Joseph Blatter, presidente da FIFA, também recentemente eleito, e que tentou de “bicicleta” dar uma pedalada no FBI e acabou no fundo das redes.
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Muito bom seu texto. Posso reproduzi-lo em meu blog, o GERAINGONÇA?
ResponderExcluirClaro que sim, Marco Speziali. Tem o link do autor
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