Algumas das pessoas delatadas por aqueles a quem a presidente Dilma desrespeita já estão presos por terem afanado dinheiro público. Nenhum dos delatores sequer passou perto de um pau-de-arara para ser convencido a revelar os detalhes das mutretas em que estiveram envolvidos, o que desqualifica a comparação feita pela presidente com a situação dela durante os anos de chumbo. Inclusive porque as revelações ocorreram em função do fato de que os delatados, alegadamente, extorquiram os delatores para arrancar recursos públicos. Não se tratava de colegas de "trabalho" atuando em equipe. E não há evidências de que os empresários, inevitavelmente culpados por entrarem no esquema, teriam participado de alguma maracutaia se houvesse alguma chance de agir direito, se não houvesse dentro da Petrobrás a quadrilha que havia.
Nenhum dos delatores obteve mais que alguma redução das penas a que seriam condenados, descaracterizando também a comparação com o notório Joaquim Silvério dos Reis durante o evento da Inconfidência Mineira no século XVIII.
Aparentemente, não passou pela cabeça de Dilma a possibilidade de que alguém possa deparar-se com uma situação em que não adianta mais esconder a verdade, com a consciência empurrando para o esclarecimento. É notório que alguns amigos bastante próximos, alguns companheiros de ideologia de longa data, algumas das pessoas mais importantes dentro do círculo de convivência da presidente já foram julgados e condenados em instância definitiva por atividades absolutamente repugnantes. Será que são essas as pessoas a quem ela dedica seu respeito e admiração? Serão esses os seus heróis? Será que ela ainda não percebeu que o respeito que ela tenha pelos delatores da operação lava-jato é completamente irrelevante?
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