Isso é que é "vender a alma ao capeta", ou seja, votar no PT em troca de "facilidades" e pagar o preço por essa escolha.
Não é de estranhar o desabafo do ex-presidente contra o que ele compreende como perseguição à presidente Dilma pelo fato de o crédito super-expandido durante os governos petistas ter permitido a milhões de pessoas comprar um carro, comprar uma casa e viajar de avião. É bastante óbvio que ele não perceba que a população, enganada pelo marketing partidário durante a campanha eleitoral, esteja fora do limite de tolerância em relação à corrupção consuetudinária que floresceu durante seu governo, promovendo a prosperidade e a proliferação de criminosos a quem o ex-presidente e outros figurões do partido deram a chave do cofre.
O fato é que todas essas pessoas, inclusive o ex-presidente Lula, não percebem mesmo que a conduta que eles sempre toleraram ou mesmo ignoraram é moralmente inaceitável. Eles acham que é tudo normal, e que são todos mártires de uma causa final inteiramente contrária aos interesses do país, e que seria também contrária à vontade da população, se houvesse alguma inclinação dessa turma para esclarecer e interrogar a população. Isso tudo, segundo os partidários de Lula, já acontecia antes no governo FHC, e agora é a vez deles. Não tem jeito de interromper.
Sobre o clima de ódio a que Lula se refere em seu discurso, e que aparentemente ele condena, ele deveria por os olhos em qualquer noticiário onde grupos de capangas vestindo camisetas vermelhas ou portando bandeiras vermelhas investem contra governadores, prefeitos e autoridades em geral quando de disputas trabalhistas ou manifestações de insatisfação às quais os vermelhos não foram nem convidados. Ele deveria perguntar à Marília Pera ou à Regina Duarte o significado das palavras perseguição e policiamento ideológico, que ele tanto diz que abomina.
Alguém deveria informar a Lula a diferença entre perseguição e investigação. Perseguir tem o objetivo de perseguir. Investigar tem o objetivo de lançar luz sobre movimentos obscuros e, eventualmente, criminosos, perpetrados pela quadrilha encastelada, entre outros, por ele mesmo na Petrobras e outros recantos, onde os tentáculos do partido conseguiram alcançar. Não cabe a ele ficar de saco cheio. Ele deveria é manter as barbas de molho.
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