É claro que ninguém precisa acreditar nas projeções do
Itaú. Se você quiser, leitor amigo, eu posso até lhe arrumar o telefone de Guido
Mantega… O fato é que a maior instituição financeira privada do país reviu seus
cálculos para a economia.
O banco prevê uma recessão de 1%. Ops! Esse número
vermelho é para 2016, o ano que vem. Em 2015, o PIB encolhe 2,3%. O Boletim
Focus desta segunda já chegou a menos 1,97%.
E o superávit primário? Segundo o Itaú, não haverá — nem
de 0,15%. E, mesmo para esse nada, será preciso fazer sacrifício. Hoje, o país
está em déficit primário. Nos anos vindouros, o banco antevê superávit de 0,2%,
0,6% e 0,9% do PIB — vale dizer: uma mixuruquice. A dívida pública bruta pode
alcançar 70% do PIB. Neste ano, antevê o banco, a inflação fica em 9,3%. Em
2016, mesmo com recessão, 5,8% — bem acima do centro da meta, que é de
4,5%.
Aliás, resolvido o mistério. O centro da meta da inflação
era 4,5%, certo? Certo! Dilma deu de ombros e disse a seus subordinados: “Nós
não vamos ter meta. Vamos deixar a meta aberta”. E deixou. Ousada, ela avançou:
“Quando atingirmos a meta, vamos dobrar as meta”. E ela dobrou, com alguma
vantagem, aqueles 4,5%, e a inflação já passa de 9%. Eis uma mulher de
palavra.
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