domingo, 16 de agosto de 2015

EM RESUMO, FORA PT

Sérgio Vaz

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Uma pergunta e duas constatações sobre as manifestações deste domingo, 16 de agosto.

A pergunta: quem serão os heróis do povo brasileiro escolhidos para, com a cara de pau que o lulo-petismo domina tão bem, ir à TV e aos jornais dizer que as manifestações foram pequenas, de grupos reduzidos de representantes da classe média que não reconhecem as conquistas do governo popular, e que o Dilma Rousseff está firme e forte, a inflação está sob controle e o desemprego, em baixa?

Será o Rosseto? Será o Cardozo? O Mercadante? O Edinho Silva? Será o próprio Lula? A Dilma coração valente, talvez?

A primeira constatação, curta e grossa, factual: não importam os números que estão sendo ou serão divulgados pelas Polícias Militares dos Estados, ou as estivamativas dos próprios organizadores. O que importa é o fato incontestável: estas são as maiores manifestações populares desde o Fora Collor.

Quem se negar a enxergar isso não é apenas igual ao avestruz. É cego, e tem imensa má fé.

A segunda constatação, usando uma imagem bélica, tão de agrado dos lulo-petistas: eles, os das bandeiras vermelhas, são o exército da Roma Imperial comandados por Crasso. Nós somos que nem as hordas chefiadas por Spartacus, que queriam se libertar do jugo do poder romano.

Explico a imagem.

As fotos da manifestação chapa-branca diante do Instituto Lula mostram centenas de pessoas organizadas, com camisetas iguais, bandeiras iguais. São como um exército regular. Reparem que não há ali vendedor ambulante, não há ninguém vendendo água, refrigerante, cerveja: as centúrias organizadas ganham lanche na cantina, na hora certa.

Trinta ônibus foram custeados pelo Sindicato dos Metalúrgicos para levar os organizadíssimos e bem pagos soldados do lulo-petismo ao Instituto Lula.

A manifestação contra o lulo-petismo é uma zorra, uma bagunça infernal. Há 43 tipos de camisetas diferentes, porque não há uma organização central fornecendo material. É cada um por si. Cada um se arruma como quer. Cada um custeia sua roupa, sua condução, seu lanche

Uma camiseta nova surgiu hoje, dizendo uma frase tipo assim: “Não ganhei pixuleco nenhum para estar aqui”.

E é uma bagunça generalizada: como não há general Crasso dando ordem de comando, a massa vai pra lá, volta pra cá, indistintamente. É tudo uma zoeira – porque é espontâneo. Não há tutela estatal, sindical, cutiana. Há vendedor ambulante vendendo todo tipo de coisa.

No meio da bagunça, cabem sorrisos, piadas, caras boas, animação, bom humor. Não estive no Ipiranga, diante do Instituto Lula, mas não imagino que a cumpanheirada esteja muito alegre.

Somos o povo oprimido.

Eles são o Exército Imperial.

Foto de Ana Amélia Lemos.


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