Coturno
Na campanha de 2010, a Receita Federal se transformou num balcão de produção de dossiês contra Verônica Serra, filha do candidato tucano José Serra (PSDB) e de um dos coordenadores da campanha Eduardo Jorge (PSDB-DF). Uma verdadeira máfia petista formada pela área oficial de imprensa indo até a prefeitura de Mauá acessou dados sigilosos na Receita Federal, comandada por Otávio Cartaxo, montou dossiês e os espalhou pela imprensa. O fato foi reconhecido pelo PT que jamais deu andamento às investigações. Nada ficou provado contra Verônica Serra e Eduardo Jorge.
Hoje, na Folha de São Paulo, Gilberto Carvalho afirma que as investigações sobre Lula e sua família por investigadores da Operação Zelotes é uma espécie de complô para "desmoralizar" e "prender" o ex-presidente da República. E ataca a Receita Federal. Diz ele: "Critico o cidadão da Receita Federal que recomenda a quebra de sigilo bancário e fiscal dos meus familiares sem que contra mim haja nenhum indício real, efetivo, de que eu tenha sido beneficiário de qualquer propina ou ação dessas pessoas que estão presas hoje. É uma leviandade e uma exposição desnecessária. Não condeno a investigação, condeno a irresponsabilidade dessas pessoas"
As investigações estão sendo feitas a pedido do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. Estão sendo feitas a pedido de uma CPI, a CPI do BNDES. Estão sendo feitas pelo COAF, órgão oficial encarregado deste tipo de investigações com dados oficiais. Se o senhor Gilberto Carvalho não tem nada a temer, deveria estar tranquilo e autorizar a abertura de todos os seus sigilos. E lembrar que na campanha de Dilma Rousseff em 2010, o PT fez tudo isso ao arrepio da lei para caluniar e prejudicar um adversário. Não se ouviu uma só crítica de Gilberto Carvalho à Receita Federal, Polícia Federal e outras autoridades. Aliás, estas foram as declarações do coveiro do PT, que dão a dimensão do seu cinismo e da sua falta de caráter:
O governo não entrega a cabeça do secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, e a oposição está fazendo das violações de sigilo fiscal dos tucanos uma "artimanha" eleitoral. O resumo do momento político visto pelo Planalto é do chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, e foi feito ao final do desfile militar do Sete de Setembro, na manhã desta terça-feira.