Como nada deu certo, Lula desapareceu. Nenhuma palavra, nenhum gesto. Nada.
O que pensar de alguém assim?
Correr do pau não é novidade quando se fala dele.
No final de setembro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Brasília para acertar de vez o governo cambaleante de sua pupila. Assumiu publicamente o papel de salvador da pátria, que tanto adora.
Meteu-se em sucessivas reuniões com a afilhada e o PT, com diferentes alas do PMDB, o vice Michel Temer e até o desafeto Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. Costurou ponto a ponto a reforma que Dilma Rousseff, ainda que a contragosto, anunciou dias depois.
De nada adiantou.
Na última semana, Dilma amargou derrota atrás de derrota. E Lula, o inspirador, estrategista e tático da nova política governista, sumiu de vista. Calou-se, evaporou.
Dilma seguiu à risca o que o mestre mandou. Negociou direto com o baixo clero do PMDB, passando por cima dos líderes históricos do partido. Na barganha, entregou quase um quarto do governo – sete dos 31 ministérios. Afastou o amigo Aluizio Mercadante do núcleo de decisões do governo e ainda engoliu Jaques Wagner como articulador político. Sem tirar nem por, cumpriu todas as ordens do chefe.
No Congresso, Wagner, o escolhido de Lula, falhou no primeiro teste. Falhou de novo e de novo.
Dilma perdeu também no TSE, com a decisão da Corte de reabrir a investigação sobre a origem dos recursos de sua companha. Como se não bastasse, sabe-se lá por ideia de quem, o governo decidiu cometer suicídio coletivo ao tentar anular o relator e o relato das contas de 2014, primeiro no próprio Tribunal de Contas da União, depois no Supremo.
Como nada deu certo, Lula desapareceu. Nenhuma palavra, nenhum gesto. Nada.
Correr do pau não é novidade quando se fala de Lula. Hábil, sempre que se enrola, ou não sabe e não viu o ocorrido, ou simplesmente foge. Dizem algumas línguas que esse comportamento se repete desde os idos do ABC. Portanto, o silêncio dele não causa surpresa.
São os tropeços e equívocos do grande chefe que chamam atenção. Ele nunca errou tanto. Avaliou mal, foi mau conselheiro. Colocou gasolina em vez de água na fogueira de Dilma, que não precisava de mais combustível para arder.
Dirão alguns – talvez ele próprio – que tudo foi planejado. Que na sua permanente metamorfose, ora ele quer prolongar ora encurtar o calvário de Dilma. Só que desta vez Lula colocou em campo o que resta do time titular petista, agravando a derrota. Para o PT, para Dilma e para ele.
Em tempo de crise e bolsos vazios, de médios e pobres ainda mais pobres, Lula vem demonstrando dificuldade para mobilizar massas. Só discursa, quando discursa, em ambiente fechado. Já não goza de unanimidade nem mesmo junto aos companheiros da CUT, MST, UNE e outros movimentos aquinhoados com recursos e cargos no governo.
Provou com o desastre desta semana, que sua magia também já não encanta os políticos, nem mesmo os de escalões inferiores.
Com popularidade construída na fartura, Lula manipula um condão que só funciona na bonança. Na tormenta, imerge. E hoje, além do naufrágio iminente da sucessora que ele inventou, Lula tem de lidar com outro revés: a Lava-Jato. Essa, sim, com potencial para afundá-lo. A ele e ao PT.
Tem preferido ficar calado. Não dar um pio.
Correr do pau não é novidade quando se fala dele.
Por Mary Zaidan
No final de setembro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Brasília para acertar de vez o governo cambaleante de sua pupila. Assumiu publicamente o papel de salvador da pátria, que tanto adora.
Meteu-se em sucessivas reuniões com a afilhada e o PT, com diferentes alas do PMDB, o vice Michel Temer e até o desafeto Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. Costurou ponto a ponto a reforma que Dilma Rousseff, ainda que a contragosto, anunciou dias depois.
De nada adiantou.
Na última semana, Dilma amargou derrota atrás de derrota. E Lula, o inspirador, estrategista e tático da nova política governista, sumiu de vista. Calou-se, evaporou.
Dilma seguiu à risca o que o mestre mandou. Negociou direto com o baixo clero do PMDB, passando por cima dos líderes históricos do partido. Na barganha, entregou quase um quarto do governo – sete dos 31 ministérios. Afastou o amigo Aluizio Mercadante do núcleo de decisões do governo e ainda engoliu Jaques Wagner como articulador político. Sem tirar nem por, cumpriu todas as ordens do chefe.
No Congresso, Wagner, o escolhido de Lula, falhou no primeiro teste. Falhou de novo e de novo.
Dilma perdeu também no TSE, com a decisão da Corte de reabrir a investigação sobre a origem dos recursos de sua companha. Como se não bastasse, sabe-se lá por ideia de quem, o governo decidiu cometer suicídio coletivo ao tentar anular o relator e o relato das contas de 2014, primeiro no próprio Tribunal de Contas da União, depois no Supremo.
Como nada deu certo, Lula desapareceu. Nenhuma palavra, nenhum gesto. Nada.
Correr do pau não é novidade quando se fala de Lula. Hábil, sempre que se enrola, ou não sabe e não viu o ocorrido, ou simplesmente foge. Dizem algumas línguas que esse comportamento se repete desde os idos do ABC. Portanto, o silêncio dele não causa surpresa.
São os tropeços e equívocos do grande chefe que chamam atenção. Ele nunca errou tanto. Avaliou mal, foi mau conselheiro. Colocou gasolina em vez de água na fogueira de Dilma, que não precisava de mais combustível para arder.
Dirão alguns – talvez ele próprio – que tudo foi planejado. Que na sua permanente metamorfose, ora ele quer prolongar ora encurtar o calvário de Dilma. Só que desta vez Lula colocou em campo o que resta do time titular petista, agravando a derrota. Para o PT, para Dilma e para ele.
Em tempo de crise e bolsos vazios, de médios e pobres ainda mais pobres, Lula vem demonstrando dificuldade para mobilizar massas. Só discursa, quando discursa, em ambiente fechado. Já não goza de unanimidade nem mesmo junto aos companheiros da CUT, MST, UNE e outros movimentos aquinhoados com recursos e cargos no governo.
Provou com o desastre desta semana, que sua magia também já não encanta os políticos, nem mesmo os de escalões inferiores.
Com popularidade construída na fartura, Lula manipula um condão que só funciona na bonança. Na tormenta, imerge. E hoje, além do naufrágio iminente da sucessora que ele inventou, Lula tem de lidar com outro revés: a Lava-Jato. Essa, sim, com potencial para afundá-lo. A ele e ao PT.
Tem preferido ficar calado. Não dar um pio.
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