quarta-feira, 14 de outubro de 2015

"PEDALADA" ELEITOREIRA

A afirmação de Aécio Neves mostra que a versão esfarrapada de Lula&Dilma sobre as "pedaladas" é uma "mentira" porque o TESOURO NACIONAL TERIA RECURSOS para pagar os programas sociais, mas, na verdade, o governo resolveu usar o dinheiro para vencer as eleições.

Foto de Conversa com os Brasileiros.

(Folha) 

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), rebateu, nesta terça-feira (13), as declarações do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva de que as chamadas pedaladas fiscais foram praticadas pela presidente Dilma Rousseff para manter programas sociais. Para o tucano, a versão do petista é uma "mentira" porque o Tesouro Nacional teria recursos para pagar os programas sociais, mas o governo resolveu usar o dinheiro para ampliar outros programas com objetivo de obter vantagem eleitoral.

"Eu vejo uma tentativa recorrente, agora sugerida pelo ex-presidente Lula, e vejo verbalizada por muitos daqueles que lhe são próximos, para dizer o seguinte: 'Olha, as pedaladas foram necessárias para pagar o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida'. Mentira! Mentira! O Tesouro teria recurso para pagar os programas sociais, só que não o fez deliberadamente. Por quê? Ampliou outros programas com o objetivo eminentemente eleitoral, programas que deixaram de existir", disse no plenário do Senado.

Mais cedo, Lula afirmou que sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, realizou as pedaladas fiscais para honrar pagamentos de programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.

Na semana passada, o TCU (Tribunal de Contas da União) rejeitou, por unanimidade, as contas de 2014 do governo Dilma, principalmente por causa das pedaladas fiscais. A decisão deve ser usada pela oposição no Congresso Nacional para justificar um pedido de impeachment. "Essa é a face, a meu ver, perversa daqueles que acharam que tudo podiam, viveram com sensação de impunidade durante todos os últimos anos, e agora estão vendo chegado o momento do acerto de contas, não com a oposição, mas com a Justiça e com os brasileiros", afirmou Aécio.

Durante a sessão do plenário do Senado, Aécio foi questionado por senadores petistas sobre a aliança do PSDB com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na condução da estratégia para uma eventual abertura do processo de impeachment contra Dilma. Em resposta, o tucano afirmou que o partido e outras siglas da oposição tem uma "aliança com cerca de 70% da sociedade" e evitou responder diretamente aos questionamentos mas reiterou que Cunha deve esclarecer as acusações que pesam contra si.

A jornalistas, Aécio disse que as oposições já se manifestaram pelo seu afastamento do cargo. No sábado, PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade publicaram nota conjunta defendendo o"afastamento do cargo de presidente até mesmo para que ele possa exercer, de forma adequada, seu direito constitucional à ampla defesa". Aécio acusou a base do governo de querer desviar o foco que é o impedimento da presidente Dilma.

"Agora é fundamental que o foco principal dessas denúncias não se perca. E o foco é o governo do PT. Ao presidente da Câmara, obviamente caberá a ele se defender das gravíssimas acusações que sobre ele recaem. Agora, a aliança do PSDB e das oposições é com cerca de 70% da população brasileira que está percebendo que esse governo não tem mais capacidade para governar, para tomar decisões importantes para o país", disse.

Questionado se a nota publicada pelos deputados foi de fato combinada com Cunha, Aécio afirmou não ter tal informação. "Eu não tenho conhecimento disso. A nota foi feita pelos líderes da câmara e está valendo. É um sentimento majoritário nas oposições em relação a gravidade das denúncias que recaem sobre o presidente da Câmara dos Deputados mas isso não vai nos tirar do nosso foco", disse.

O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), também criticou a disposição do governo em declarar que está "de portas abertas" para o diálogo com a oposição. O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou que as divergências entre governo e oposição não precisam se tornar uma "guerra fraticida".

"O curioso é que o governo faz provocações, insulta, tenta desqualificar a sociedade brasileira e as próprias oposições e, depois, de forma cândida, convida para o diálogo. Que diálogo? Que tipo de discussão o governo que já não governa mais, que tem como única pauta tentar comprar apoio na Câmara dos Deputados para não responder um processo legal de impeachment", rebateu Cássio.

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