Segundo especialistas, pacto que inclui EUA e Japão tende a afetar as relações comerciais entre o Brasil e os países signatários do acordo
Esta segunda-feira entra para a história como um dia memorável para o comércio exterior. Estados Unidos, Japão e outros dez países selaram um acordo de livre comércio, a Parceria Transpacífica (TPP, na sigla em inglês), que tende a dar o tom das próximas negociações a serem costuradas entre as maiores nações do globo. Países como Chile, Peru e México devem se beneficiar do acordo. O Brasil, por sua vez, tende a ser marginalizado no comércio internacional.
Especialistas consultados pelo site de VEJA dizem que a consequência mais imediata para o país é o isolamento ainda maior nas transações internacionais. "O Brasil não se interessou por esse tipo de acordo. Tomou posições equivocadas ao dar ênfase à política Sul-Sul (intercâmbio político e econômico entre países em desenvolvimento)", disse o ex-embaixador do Brasil nos EUA, Rubens Barbosa, hoje consultor de negócios e presidente do Conselho Superior do Comércio Exterior da Fiesp. "O Brasil fica ainda mais marginalizado dessas negociações que vão redesenhar o comércio exterior."
Além de prever a criação de um bloco econômico, que representa cerca de 40% de toda a economia global, a Parceria Transpacífica é o primeiro pacto assinado entre duas grandes potências mundiais, e vai muito além de eliminar tarifas alfandegárias. O acordo trata da criação de regras comuns entre os 12 países integrantes nas áreas comerciais, trabalhistas e ambientais.
Para o ex-embaixador, este é o primeiro de "uma nova geração de acordos". Ele cita as negociações que estão sendo feitas entre EUA e União Europeia para instituir o Transoceânico, nas quais o governo americano deve centrar forças agora.
(continua)
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