JORGE OLIVEIRA
O Cunha não tem mais condição moral de conduzir os trabalhos na Câmara dos Deputados. Não consegue, por mais que tente, justificar a dinheirama na sua conta na Suíça. Gasta milhões com advogados para dizer que vendia enlatados para países da África, daí a fortuna depositada lá fora. Tenta manipular os trabalhos na comissão que analisa a sua cassação, e diz que mandou apurar as ameaças contra o relator do processo que vai investigar a sua conduta para decidir se pede ou não a cassação do seu mandado, acusando-o de mentir ao negar, na CPI da Petrobrás, que não tinha um tostão em bancos no exterior.
Se o ambiente na Câmara dos Deputados fede, a catinga também já atravessou a Praça dos Três Poderes e está contaminando o Palácio do Planalto. Lá, a Dilma espera ter os bens indisponíveis depois que o TCU anunciou que vai responsabilizar os conselheiros da Petrobrás pelo rombo de 3 bilhões de reais na compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Cada vez mais o cerco se fecha contra a presidente. O tribunal lembra que ela era a presidente do conselho na época da compra, portanto, é responsável pela negociata. Além disso, delatores falam da pressa (24 horas) da reunião do conselho para deliberar sobre a compra, o que normalmente levaria de quinze a vinte dias para tal procedimento.
Para salvar a pele da Dilma e evitar seu expurgo do governo, o companheiro Lula entrou em cena como um messias. Primeiro organizou sua tropa de choque na Câmara e exigiu que os deputados do partido protejam seu mais novo amigo, o Eduardo Cunha. Ele acha que o presidente da Câmara é inocente e que a “imprensa golpista” é responsável pela campanha difamadora contra seu amiguinho. É o mesmo argumento fantasioso que ele usa para defender os meliantes petistas presos por roubar os cofres públicos.
Na verdade, Lula joga a última cartada. Precisa que Cunha permaneça no cargo para evitar o andamento do impeachment. Ele sabe que a queda da Dilma pode levar ele e mais alguns de seus companheiros para a cadeia. Por isso, insiste nessa aliança espúria condenada até por alguns de seus parceiros de partido. A Dilma, coitada!, que já não governa, permanece cercada pelos áulicos do Lula que passaram a mandar no país desde que o ex-presidente arrancou de lá de dentro o Aloizio Mercadante. Escorraçado, ele foi para o Ministério da Educação levando a imagem de arrogante criada por Lula e seus parceiros.
Agora, cercada por Wagner, Berzoini e Edinho, a Dilma, enclausurada, pede permissão até para respirar. Ela tem que torcer para o Ministério Público mandar prender o Edinho Silva, seu ministro da Comunicação Social, pra se ver livre da pressão que a atormenta. Mas, se isso acontecer, Edinho pode abrir o bico e dizer para onde foram os R$ 7,5 milhões de reais que ele arrancou de uma empreiteira que prestava serviço a Petrobrás sob ameaça do cara ficar sem obras na estatal. Se isso acontecer, Edinho seria o terceiro tesoureiro do PT a entrar em cana. Dividiria a cela com os companheiros Vaccari e o Delúbio que já não pagam hospedagem e alimentação.
Veja que coisa assustadora: a corrupção contaminou todos os poderes do país. E o partido que zelava pela ética, o antigo PT, agora vive de armas nas mãos para defender Eduardo Cunha que carrega nas costas as mais graves acusações de corrupção.
Esta semana, o eleitor sul-americano começou a tomar consciência de que o populismo e a demagogia na política está ficando para trás. Foi às urnas e mandou para casa a corja da Cristina Kirchner que mandou na Argentina por mais de dez anos.
Os nossos los hermanos começam a desinfetar o país com a vitória de Maurício Macri.
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