domingo, 6 de dezembro de 2015

CRISE COLOCA A SAÚDE NA UTI

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MUDANÇA
Do jeito que está não dá mais
Hospitais fecham as portas em todo o país, vejam o caso da Santa Casa de Santos. 
O BNDES, tão generoso com os amigos de Lula, negou o financiamento porque a Caixa Econômica Federal não autorizou.
É o que informa o jornal A Tribuna, de Santos:

Agravamento da crise pode fechar as portas da Santa Casa

Temor é que problemas na Saúde da região aumentem a procura pelo hospital, em situação precária


O provedor da Santa Casa de Santos, Felix Alberto Ballerini, teme que o hospital feche as portas em breve. A crise na Saúde da região assusta o administrador da entidade, que já está endividada em mais de R$ 180 milhões. Um empréstimo aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no começo de novembro ainda não chegou.

Ballerini reuniu a imprensa da região, ontem, para anunciar o alerta e a crise que atinge a Santa Casa. Com a paralisação do atendimento nas unidades de saúde de São Vicente e a interrupção dos serviços do Hospital Santo Amaro, em Guarujá, ele teme que a demanda dos outros municípios recaiam sobre a entidade em Santos.

Até quarta-feira, a UTI neonatal do Hospital Municipal de Cubatão também estava paralisada, o que gerou ainda mais temor a Ballerini. Ontem, no entanto, a prefeitura cubatense anunciou a retomada dos serviços na unidade.

O hospital está no limite, afirma o provedor. Ele conta que alguns médicos estão sem receber há quase quatro meses. “Eles estão sendo muito compreensivos com a situação do hospital e ainda não paralisaram”, complementa.

Profissionais de três setores, no entanto, ameaçam parar caso não recebam seus salários e benefícios até o dia 1 de janeiro. Estão ameaçadas as áreas de anestesia, oncologia e hematologia. “A anestesia, por exemplo, é o maior setor da Santa Casa, o que mais demanda recursos também. Se a anestesia parar, a Santa Casa fecha”, ressalta Ballerini.

Sem receber há 4 meses

O setor de pediatria está funcionando com 30% a mais de sua capacidade. Leitos com crianças estão posicionados nos corredores da área. “Coisa que nós nunca fizemos é ter que colocar criança em maca, no corredor. Hoje, se você andar pelo hospital, vai ver isso”.

A capacidade para a enfermaria pediátrica é de 60 leitos, além 12 leitos na UTI pediátrica, e mais 13 leitos na UTI neonatal.

“Hoje (ontem), a Santa Casa está funcionando. Amanhã (hoje), eu já não sei mais”, disse Ballerini, sobre a previsão de quanto tempo mais a entidade consegue permanecer endividada como está. O provedor conta que alguns médicos estão sem receber há até quatro meses. “Eles estão sendo muito compreensivos com a situação do hospital e ainda não paralisaram”, complementa.

Empréstimo

Desde abril, a Santa Casa negocia o empréstimo junto ao BNDES para amenizar a situação de risco. Hoje, a dívida do hospital está acumulada em R$ 180 milhões.

Em junho, o montante chegava a R$ 170 milhões, mas o déficit mensal do hospital atinge até R$ 2,5 milhões. Ou seja, de junho até agora, mais de R$ 10 milhões se somaram ao endividamento da entidade.

Santa Casa negociava no sentido de conseguir o empréstimo de R$ 141 milhões junto ao BNDES. No entanto, a Caixa Econômica Federal não autorizou a quantia, conforme regra de cálculo para empréstimos a hospitais filantrópicos: o endividamento pode chegar a até 30% da receita SUS (repasse do Sistema Único de Saúde às instituições que atendem SUS). No caso da Santa Casa de Santos, a entidade só está autorizada a emprestar R$ 94 milhões.

O montante servirá para pagar dívidas de outros empréstimos e parte das dívidas com honorários médicos e fornecedores, afirma a diretora financeira da instituição, Miriam Cajazeira Diniz. “A verba deve, apenas, amenizar a dificuldade financeira que a Santa Casa enfrenta”, ressalta Ballerini.

Sem resposta

A reportagem de A Tribuna entrou em contato com o BNDES para saber quando o empréstimo já autorizado será repassado à Santa Casa. Até o fechamento desta edição, no entanto, a instituição financeira não respondeu.

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