Manifestantes voltam às ruas para pressionar pelo impeachment
Movimentos Brasil Livre e Vem pra Rua agendaram atos em mais de 100 cidades em todos os Estados do país
Os grupos que levaram centenas de milhares de brasileiros às ruas no primeiro semestre deste ano para protestar contra o governo da presidente Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores voltam neste domingo a se manifestar. Desta vez, o mote é o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff acolhido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no dia 8. O objetivo dos manifestantes é pressionar o Congresso a dar prosseguimento à ação que pode resultar no impedimento da petista. De acordo com informações dos movimentos Vem pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL), há atos confirmados em mais de 100 cidades nos 26 Estados e no Distrito Federal.
Os organizadores das manifestações esperam que menos pessoas saiam às ruas neste dia 13 - sobretudo porque houve pouco tempo para divulgação dos atos. Por isso, as lideranças tratam a manifestação como um "esquenta" para um mega ato, cuja data deve ser anunciada neste domingo. "Fomos nós que impusemos essa agenda no Congresso. Nenhum partido comprava a ideia antes, mas desde o início nós estávamos gritando 'Fora Dilma'. O Brasil não aguenta mais esse governo", afirmou Renan Haas, do MBL.
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A manifestação foi marcada às pressas logo depois do presidente da Câmara acolher o pedido de impeachment assinado pelos juristas Helio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, que imputa à presidente o crime de responsabilidade pela prática das pedaladas fiscais neste ano e em 2014.
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Até aqui, no entanto, o movimento pró-impeachment conseguiu mobilizar um efetivo maior do que o favorável ao governo. Basta comparar os números dos maiores protestos dos dois grupos: 1 milhão de pessoas em 15 de março e 40.000 pessoas em 20 de agosto, em São Paulo, respectivamente, conforme cálculos da Polícia Miliar. O triunfo dos anti-governo também é reflexo da baixíssima popularidade da presidente Dilma entre os brasileiros. Segundo a última pesquisa Datafolha, ela superou em taxa de reprovação o próprio Collor.
Fazendo um paralelo entre 1992 e 2015, no entanto, o contexto socio-político é bem diferente: os caras-pintadas só apareceram às ruas quando o processo já estava deflagrado no Legislativo e o partido de Collor, o PRN, não tinha nenhum respaldo na sociedade. Já a presidente Dilma tem uma tropa ao seu dispor que, mesmo descontente com a atual política econômica do governo, tem capacidade de colocar milhares de pessoas na rua - nem que seja militância paga. Um dos grupos deverá ter mais influência sobre o Congresso.
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