Gasolina poderia ser muito mais barata, mas caixa da estatal não permite; mesmo lucrando com combustíveis nos cornos da lua, empresa revê para baixo seu plano de investimento
Por: Reinaldo Azevedo
Por: Reinaldo Azevedo
Que coisa, não? A Petrobras vai se revelando a melhor expressão do destino contínuo que leva “estepaiz” para as trevas.
A estatal divulgou na manhã desta terça uma nova revisão de seu plano de negócios para o período 2015-2019. Dessa vez, a estatal anunciou uma redução de US$ 32 bilhões em seu orçamento, que passou a US$ 98,4 bilhões. Segundo a empresa, o corte tem por objetivo adequar os gastos ao novo cenário de preços do petróleo e de taxa de câmbio.
Com a redução, a meta de produção de petróleo para 2020 também caiu: de 2,8 milhões para 2,7 milhões de barris por dia. Em nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários, a Petrobras informou que está revendo também as projeções de gastos gerenciáveis para 2016, o que indica a possibilidade de novos cortes.
Ai, ai…
Querem ver como é bom ter um dinossauro desses no jardim?
O governo Dilma levou a Petrobras à lona de dois modos: deixando de reajustar os combustíveis para controlar a inflação — o que provocou um rombo de caixa de R$ 80 bilhões — e largando a empresa sob os cuidados de uma quadrilha, que alimentava com o devido denodo os partidos da base aliada.
Muito bem! O preço do petróleo despencou. Está na casa dos US$ 30 o barril. Há quem estime que a desaceleração da China pode levar a US$ 20. Hoje, a gasolina já custa 14% a mais do que deveria. A defasagem do diesel é ainda maior.
Muito bem! Não fosse a Petrossauro, o preço dos combustíveis cairia, o que certamente seria positivo num cenário de inflação renitentemente alta. Mas a Petrobras terá de mantê-lo nos cornos da lua porque a estatal precisa de caixa.
Entenderam? Para segurar a inflação, o governo quebrou o caixa da Petrobras deixando de aumentar os combustíveis. Agora que o preço poderia cair, o que certamente colaboraria para a queda da inflação, o governo está de mãos atadas porque a empresa está na lona.
E o cenário vai se desenhando o pior possível. O custo de extração do pré-sal se situa da faixa de US$ 62 o barril. Entenderam? Em outubro do ano passado, o governo considerava que o pré-sal se tornava inviável caso esse preço se estabilizasse na faixa dos US$ 45. Já está quase US$ 15 abaixo disso.
E a lógica atua contra a empresa. O preço do petróleo cai, as ações da Petrobras despencam e vão tirando da estatal capacidade de investimento.
A decadência da Petrobras é o melhor retrato do jeito petista de fazer as coisas.
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