segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
A DECLARAÇÃO DA PRESIDENTE
Maurício Terra
“Converso sistematicamente com o presidente Lula. Acho que ele está sendo objeto de grande injustiça. Respeito muito a história do presidente Lula e tenho certeza que esse será um processo que será superado porque eu acredito que o pais, a América Latina e o mundo precisam de uma liderança com as características do presidente Lula”.
A opinião da presidente Dilma a respeito do que ocorre com o ex-presidente Lula é um direito dela. Não há a menor dificuldade em reconhecer injustiça quando nos deparamos com uma. Trata-se, de maneira simplificada, de uma punição que ocorre contra uma pessoa que não tenha cometido nenhuma irregularidade, nenhum crime, nenhum "malfeito".
É direito da presidente se expressar a respeito da torrente interminável de informações que bombardeiam a população diariamente, sistematicamente, dando conta de atos atribuídos ao ex-presidente Lula, atos que ainda não foram julgados nem completamente esclarecidos. Isso, na opinião dela, é injustiça.
As denúncias vêm ocorrendo praticamente desde o primeiro dia do governo Lula, mas nos últimos tempos, vêm acompanhadas de informações, documentos e evidências que fazem as dúvidas penderem para um lado que, digamos, não lhe é favorável.
A declaração da presidente termina com o mais explícito dilmês. Ela acredita que tudo isso será superado porque ela acredita que a humanidade precisa de alguém como Lula. Em primeiro lugar, é bastante discutível que o Brasil, a América Latina, o mundo ou o Condomínio Solaris tenham qualquer necessidade de alguém que minimamente se pareça com Lula.
Além disso, qual é a conexão entre a necessidade (real ou imaginária) que tenhamos de alguém com as características de Lula e a superação desse longo processo que a cada dia incrimina mais e expõe de maneira ainda mais bruta e documentada todas as principais "características" dos governos conduzidos ou orientados pelo ex-presidente?
Aparentemente, o que inocenta Lula e superará todas as injustiças é a fé que a presidente deposita na correção, na integridade, na inteligência e na virgindade espiritual do ex-presidente, mesmo diante dos longos e muitos anos de governos emergidos da lama, sem escrúpulos, sem princípios e sem freio, conduzindo movimentos que fazem absolutamente qualquer negócio pela permanência no poder.. Ela até hoje se recusa a se dar conta de que está bem no centro disso tudo.
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