Toda vez que surge alguma polêmica em relação ao aborto, imediatamente vem à tona a questão religiosa, seja como argumento para condenar o ato, seja para atacar a Igreja. Dentro desse contexto, a CNBB divulgou mensagem na qual alega que a microcefalia não justifica o aborto.
A reação à nota, porém, tem causado alvoroço. Se, de um lado, quem considera o aborto um direito da mulher condenou a afirmação, sob outro ponto de vista estão os que também são contrários à liberação do aborto, mas criticam a incoerência da instituição. Faz sentido. Os bispos da CNBB são praticamente militantes do PT, partido que tem a defesa do direito ao aborto como um dos itens de seu estatuto e já expulsou membros que declararam ser contra essa prática de interrupção da gestação. Mesmo assim, a CNBB assina manifestos de apoio ao partido, o PT faz campanha política nas igrejas, candidatos petistas são levados pelo braço por lideranças religiosas para pedir voto aos fieis.
A complacência com o tema contribui para avançar certos conceitos sobre a vida que, dependendo das circunstâncias, passa a ser tratada apenas como uma versão, um dado subjetivo que coloca em dúvida o exato momento em que um novo indivíduo se forma no ventre da mãe. Assim, até mesmo cristãos praticantes começam a questionar se "células" podem ser consideradas como vida, como define o pessoal que foca apenas na visão materialista ou nega a existência da alma.
Se é para fazer uma analogia e chamar a atenção dos "descolados" que consideram brega tudo o que está ligado à religião, mas, por outro lado, costumam aderir a outras crenças, como o fanatismo ambiental, eu perguntaria, então, aos que pregam o direito de decidir quem pode nascer e quem não tem direito à vida, qual religião resolveu criminalizar quem não preserva ovos de tartaruga?
Eu faria "um omeletão".
Ainda bem que tem o IBAMA para defender a vida.
Leia AQUI.
Nenhum comentário:
Postar um comentário