Ao deixar o Palácio do Planalto, em 2011, o ex-presidente enviou parte de seus pertences para o sítio em Atibaia
Por: Rodrigo Rangel - VEJA
Por: Rodrigo Rangel - VEJA
Documentos obtidos por VEJA mostram que, logo após deixar o governo, pertences do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua família foram levados para o sítio em Atibaia comprado em nome de sócios do filho mais velho do petista e reformado às expensas de empreiteiros acusados de participar do petrolão. As notas fiscais e ordens de serviço de uma das transportadoras contratadas pelo governo federal para fazer o serviço comprovam que, a mando do Palácio do Planalto, parte da mudança de Lula foi remetida para a propriedade que o ex-presidente nega ser sua. O sítio é o mesmo que virou alvo da Operação Lava-Jato e de uma investigação do Ministério Público de São Paulo, que apura a suspeita de que Lula tentou ocultar patrimônio, além de ter sido beneficiado por favores das empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras.
Mais de 200 caixas com pertences da família do ex-presidente foram levadas de Brasilia até o o sítio em Atibaia -- 37 delas eram caixas de bebidas, conforme registraram, cuidadosamente, os funcionários encarregados de fazer a mudança. Os documentos com o registro da mudança estão arquivados na Presidência da República. A entrega em Atibaia se deu em 8 de janeiro de 2011, dois meses após a compra do sítio, feita em nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar, sócios do filho mais velho de Lula. No sítio, a carga foi recebida por um ex-assessor especial de Lula.
Entre os empreiteiros do petrolão, o ex-presidente era chamado de "Brahma". Uma reportagem da edição deste fim de semana de VEJA traz os detalhes dos documentos e o depoimento inédito de um dos responsáveis por levar os pertences de Lula até o sítio.
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