Amigos e conselheiros do ex-presidente recomendam que ele admita que reforma no sítio de Atibaia foi mesmo um presente de empreiteiras, a exemplo do que já fez Gilberto Carvalho
Por: Reinaldo Azevedo
Reportagem da Folha informa que amigos e conselheiros de Luiz Inácio Proprietário da Silva recomendam que ele admita que a reforma do sítio de Atibaia foi mesmo um “presente” que ganhou das empresas que cuidaram da obra: OAS, Odebrecht e Usina São Fernando, que pertence a José Carlos Bumlai, amigão do ex-presidente que está preso. Segundo apurou o jornal, um dos problemas dessa versão é que a Odebrecht já afirmou que não vai confirmar a sua participação.
Frederico Barbosa, engenheiro que trabalha na empreiteira e cuidou da reforma, diz que o fez por conta própria, quando estava de férias, para colaborar com um amigo que havia pegado a empreitada. Barbosa foi um dos profissionais que trabalharam no Itaquerão, o estádio do Corinthians.
Pois é… Alguns bobões afirmaram que eu estava vendo coisas quando li na entrevista que Nilo Batista concedeu à Folha, publicada no dia 2, uma espécie de guinada na linha de defesa que Lula que vinha adotando no caso do sítio e do apartamento de Guarujá. Até então, o ex-presidente negava qualquer vínculo com aquelas propriedades. Se bem se lembram, o criminalista que defende o petista fez o contrário.
Sobre o apartamento, afirmou: “O combustível nesse processo de achincalhamento é os coxinhas não admitirem que um operário possa comprar um tríplex”. Bem, parece que a afirmação só faz sentido na hipótese de o ex-operário, então, ser o dono do dito-cujo, certo?
Sobre o sítio de Atibaia, duas observações do advogado chamaram atenção: classificou a propriedade, com uma belíssima infraestrutura, de “um puxado”, como a sugerir, então, que a coisa é compatível com aquele que ele chama “operário”. Comentando o bote de alumínio comprado por Marisa Letícia e entregue no sítio, afirmou Batista: “Iria colocar o barco onde? Dentro do apartamento, como uma jardineira, colocar o bote na sala?”.
Aí chegou a vez de Gilberto Carvalho, ex-ministro de Lula e seu braço-direito, indagar o que há de errado em seu chefe receber um presente. Pois é… Mas presente em propriedade que não lhe pertence?
O entorno de Lula está em pânico — e ele também. A avaliação é que essas duas histórias, vamos dizer, colaram para valer no Poderoso Chefão. Pois é…
Olhem que há rastros de Lula em coisas do arco da velha, das mais cabeludas. Mas tudo muito difícil de entender. Essas duas coisas são muito simples, e o povo não é besta, né? Lula também não tem resposta. Não adianta ele provar que sítio e apartamento não são dele. Isso já está provado. Oficialmente, não são mesmo. Ocorre que esse é o problema. Se fossem, ao menos se eliminaria a suposição de ocultação de patrimônio, né?
Aí, quanto mais Lula esperneia e nega, mais evidências surgem sugerindo o contrário. Vamos lá: alguém tem alguma boa explicação para a OAS mandar instalar uma cozinha planejada no sítio do amigo do filho de Lula?
Os conselheiros que sugerem que admita o “presente” — que ele começou a ganhar estando na Presidência — também acham que não é uma solução ótima, mas é a menos danosa. É que as explicações convencionais já foram desmoralizadas pelos fatos.
Lula deve estar batendo a cabeça na parede de ódio: “Um apartamento e um sítio mixurucas, considerando a minha grandeza e minha fortuna, jogaram uma pá de cal na minha reputação de pobre honesto”.
Pois é… Lula vai ter de chorar na pia da OAS.
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