Em um e-mail de janeiro de 2005 enviado por Marcelo Bahia Odebrecht – preso pela Operação Lava Jato há 1 ano e 3 meses – para executivos do grupo ele afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria se disponibilizado para “ajudar a destravar qualquer dificuldade para fazer acontecer”. O documento em poder da força-tarefa, em Curitiba, integra o pedido de conversão da prisão do ex-ministro Antonio Palocci, feito nesta sexta-feira, 30, de temporária (de 5 dias) em preventiva (sem prezo). Ele foi detido alvo da 35ª fase, batizada de Omertà, acusado de receber R$ 128 milhões em propinas da Odebrecht para o PT, entre 2008 e 2013.
“Lula ficou de eleger 3 projetos e conduzir o assunto através de um grupo (Palocci, Dilma e Min. Transportes) ficando disponível para ajudar a ‘destravar’ qualquer dificuldade para fazer acontecer”, escreve Odebrecht, em e-mail de 19 de janeiro de 2005, para 9 executivos do grupo. O assunto tratado era da agenda que o pai, Emílio Odebrecht, teria acertado com o ex-presidente. “Segue a agenda que meu pai repassou com Lula em sua reunião de 6ª.”
Para a Lava Jato, Palocci, que era tratado como “Italiano” nas mensagens cifradas da Odebrecht, seria um dos canais do grupo com o governo federal na obtenção de vantagens na Petrobrás – e em outras áreas de negócios -, mediante o pagamento de propinas.
“Pediu para que nós liderássemos os três projetos (acertou-se que envolveríamos outras empresas junto com a ABDIB). Ele ficou de retornar via o Italiano para nós, de como conduziríamos os próximos passos”, complementa Odebrecht, na mensagem. “(Se o italiano não retornar eu o procuro semana que vêm).”
O delegado Filipe Hille Pace, que pediu a prisão preventiva de Palocci, destaca de no e-mail Odebrecht também relata que o próprio Lula se prontificou a “destravar” qualquer dificuldade que a Odebrech tivesse “junto à estes projetos que lhe foram prometidos.”
Lula, nem a ex-presidente Dilma Rousseff, são alvos desse inquérito. O documento, segundo o delegado, foi anexado para comprovar que Palocci era interlocutor do Grupo Odebrecht em supostos negócios escusos com o governo federal.
“Marcelo Odebrecht obteve de seu pai, Emilio Alves Odebrecht, a informação de que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha ficado de escolher três projetos, possivelmente da esfera federal, para serem entregues para execução/contratação pela/da Odebrecht, tendo designado Antonio Palocci e outros para conduzirem o assunto”, interpreta o delegado.
‘Amigo’
O delegado da Lava Jato reuniu ainda um e-mail de 2014 para mostrar que “amigo do pai” seria referência ao ex-presidente Lula.
“Deve ser ressalvado que o documento investigativo foi utilizado, neste momento, apenas para expor os motivos que permitiram concluir que o ‘amigo do pai’ de Marcelo Bahia Odebrecht é Luiz Inácio Lula da Silva.”
Lula virou réu da Lava Jato em Curitiba na última semana, mas é alvo de outras apurações. No documento em que pediu a conversão da prisão de Palocci, Pace registrou “as novas análises – especialmente o e-mail que segue abaixo – corroboram parte da acusação criminal feita recentemente pelo Ministério Público Federal em face do ex-Presidente da República, por meio da qual lhe imputam ter se utilizado de pessoas próximas a ele para a prática dos crimes pelos quais é processado”.
Para o inquérito de Palocci, o delegado destaca que novos relatórios trouxeram dados dessa ligação do ex-ministro com Lula e que “eventuais desdobramentos e investigações a partir do conteúdo” serão repassados para investigadores da equipe da Lava Jato.
Na denúncia do Ministério Público Federal que levou Lula para o banco dos réus pela primeira vez, na 13ª Vara Federal, em Curitiba, do juiz federal Sérgio Moro, o petista é acusado de ser o “comandante máximo” da organização criminosa que teria atuado na Petrobrás, entre 2004 e 2014 – gerando um desfalque de mais de R$ 40 bilhões.
A imputação do crime de associação criminosa a Lula no esquema de fatiamento político da Petrobrás entre PT, PMDB e PP, para arrecadação de percentuais fixos de propinas em conluio com um cartel de empreiteiras, será alvo de denúncia ainda no Supremo Tribunal Federal (STF), a ser feita pela Procuradoria Geral da República (PGR). Em Curitiba, os processos tratam sobre supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Para a Lava Jato, Palocci, que era tratado como “Italiano” nas mensagens cifradas da Odebrecht, seria um dos canais do grupo com o governo federal na obtenção de vantagens na Petrobrás – e em outras áreas de negócios -, mediante o pagamento de propinas.
“Pediu para que nós liderássemos os três projetos (acertou-se que envolveríamos outras empresas junto com a ABDIB). Ele ficou de retornar via o Italiano para nós, de como conduziríamos os próximos passos”, complementa Odebrecht, na mensagem. “(Se o italiano não retornar eu o procuro semana que vêm).”
O delegado Filipe Hille Pace, que pediu a prisão preventiva de Palocci, destaca de no e-mail Odebrecht também relata que o próprio Lula se prontificou a “destravar” qualquer dificuldade que a Odebrech tivesse “junto à estes projetos que lhe foram prometidos.”
Lula, nem a ex-presidente Dilma Rousseff, são alvos desse inquérito. O documento, segundo o delegado, foi anexado para comprovar que Palocci era interlocutor do Grupo Odebrecht em supostos negócios escusos com o governo federal.
“Marcelo Odebrecht obteve de seu pai, Emilio Alves Odebrecht, a informação de que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha ficado de escolher três projetos, possivelmente da esfera federal, para serem entregues para execução/contratação pela/da Odebrecht, tendo designado Antonio Palocci e outros para conduzirem o assunto”, interpreta o delegado.
‘Amigo’
O delegado da Lava Jato reuniu ainda um e-mail de 2014 para mostrar que “amigo do pai” seria referência ao ex-presidente Lula.
“Deve ser ressalvado que o documento investigativo foi utilizado, neste momento, apenas para expor os motivos que permitiram concluir que o ‘amigo do pai’ de Marcelo Bahia Odebrecht é Luiz Inácio Lula da Silva.”
Lula virou réu da Lava Jato em Curitiba na última semana, mas é alvo de outras apurações. No documento em que pediu a conversão da prisão de Palocci, Pace registrou “as novas análises – especialmente o e-mail que segue abaixo – corroboram parte da acusação criminal feita recentemente pelo Ministério Público Federal em face do ex-Presidente da República, por meio da qual lhe imputam ter se utilizado de pessoas próximas a ele para a prática dos crimes pelos quais é processado”.
Para o inquérito de Palocci, o delegado destaca que novos relatórios trouxeram dados dessa ligação do ex-ministro com Lula e que “eventuais desdobramentos e investigações a partir do conteúdo” serão repassados para investigadores da equipe da Lava Jato.
Na denúncia do Ministério Público Federal que levou Lula para o banco dos réus pela primeira vez, na 13ª Vara Federal, em Curitiba, do juiz federal Sérgio Moro, o petista é acusado de ser o “comandante máximo” da organização criminosa que teria atuado na Petrobrás, entre 2004 e 2014 – gerando um desfalque de mais de R$ 40 bilhões.
A imputação do crime de associação criminosa a Lula no esquema de fatiamento político da Petrobrás entre PT, PMDB e PP, para arrecadação de percentuais fixos de propinas em conluio com um cartel de empreiteiras, será alvo de denúncia ainda no Supremo Tribunal Federal (STF), a ser feita pela Procuradoria Geral da República (PGR). Em Curitiba, os processos tratam sobre supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.