domingo, 14 de maio de 2017

A "DESOMENAGEM" DE LULA E O DIA DAS MÃES

Triste "desomenagem" justamente na semana em que é celebrado o dia da Mãe dos cristãos, Maria representa por Nossa Senhora de Fátima, no dia 13 de maio, e o dia de todas as mães pobres mortais, incluindo dona Marisa, que deveria contar ao menos com o respeito de seu esposo, de filhos e netos. Por falar nisso, onde estão que não a defendem do jogo sujo tramado por Lula?

Culpar dona Marisa, como fez Lula, foi o pior dos artifícios



IstoÉ

Quando Marisa Letícia faleceu em fevereiro, vítima de um aneurisma cerebral, Lula transformou o velório da mulher num comício. Ao sapatear sobre o caixão, sacou a frase que ganharia o alto das páginas dos jornais: “Marisa morreu triste por conta da canalhice que fizeram com ela”. A pior das canalhices, no entanto, – se é que houve outras –, seria embrulhada pelo próprio marido três meses depois de sua morte. Um réquiem da desonra. Demonstrando ausência de sensibilidade, um inacreditável senso de oportunismo e um vazio moral estupefaciente, para dizer o mínimo, Lula jogou toda a culpa sobre as tratativas do tríplex no colo de Dona Marisa.

Terceirizar a culpa para alguém que já faleceu, principalmente quando esta pessoa é sua mulher, constitui o cúmulo da apelação. Primeiro porque ela encontra-se impossibilitada de fazer sua defesa. Depois, porque é de uma perversidade sem igual. No dialeto chulo de presidiários, o comportamento de Lula se traduz pela frase: “joga tudo no morto”. No caso, na esposa morta. “As afirmações em relação à Dona Marisa é um tanto triste de se ver feitas”, lamentou o procurador Carlos Fernando dos Santos. Nas redes sociais, a sociedade também reagiu indignada. E com razão.

Para ampliar a gravidade do gesto, trata-se de uma mentira deslavada. Ao transferir o peso da responsabilidade pelas negociações do imóvel à esposa morta, o petista conferiu à companheira de quatro décadas um papel que ela jamais e em tempo algum exerceu: a da mulher que cuida das finanças e do patrimônio do casal. O perfil “Marisa investidora” não guarda qualquer conexão com a realidade. Quando Lula era presidente da República, a entourage do governo fazia questão que Dona Marisa mantivesse uma distância regulamentar do governo e das negociatas – políticas ou não – do marido. A esposa formava a retaguarda afetiva de Lula. Avocou para si a tarefa de cuidar do jardim, plantar horta, de se preocupar com a dieta do marido e cuidar dos filhos e netos. “Vamos, bem. O menino está sem chave”, disse, certa feita, Marisa, interrompendo Lula num churrasco oferecido aos amigos. O casal deixou o evento de mãos dadas para, juntos, abrirem a casa onde moravam ao filho caçula, antes de o petista alcançar o poder. Na última semana, esse elo, definitivamente, foi quebrado. Por Lula. Triste fim.

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