A declaração foi dada por Mônica Moura em um dos depoimentos de sua delação premiada. Ela e João Santana fecharam um acordo de colaboração com a PGR para reduzir a pena de prisão.
Na última quinta, dia 11, o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF, ministro Edson Fachin, derrubou o sigilo das delações premiadas do casal de marqueteiros. Os vídeos dos depoimentos foram divulgados nesta sexta (12).
Segundo Moura, em uma conversa com a ex-presidente no Palácio da Alvorada, Dilma disse: “Precisamos manter contato frequente de uma forma segura para que eu lhe avise sobre o andamento da operação, estou sendo informada de tudo frequentemente pelo José Eduardo Cardozo (ministro da Justiça, pasta responsável pela Polícia Federal)”.
Mônica Moura, por precaução, combinou com Dilma um "meio seguro" de ser avisada sobre possíveis riscos ao casal na operação Lava Jato, ou seja, que fosse descoberta a conta no exterior que servia para pagamento ilegal de campanhas petistas, incluindo a de Dilma. A ideia era a de criar um e-mail do Google (Gmail), com nome e dados fictícios, cuja senha era de conhecimento de Mônica, Dilma e Giles Azevedo, assessor da então presidente.
De tudo o que foi declarado, porém, o que mais chamou a atenção foi uma coincidência macabra e que revela a índole perversa de Dilma. Trata-se da escolha do e-mail falso que seria usado para burlar as investigações, "Iolanda2606.
Nas redes sociais, muitos ainda estão apontando a maldade intencional de Dilma por trás da conta falsa de e-mail utilizada para se comunicar com o casal de marqueteiros.
— A gente ficou pensando, tinha que colocar o nome de alguém. Aí ela falou que era o nome da mulher do presidente Costa e Silva, alguma coisa assim. Ela inventou o nome, Iolanda, e a gente criou esse e-mail — disse Mônica.
— Para não esquecer a gente colocou o nome de alguém que era ligado a ela e o número 47, que é o ano que ela nasceu — afirmou Mônica.
No endereço do e-mail, "Iolanda" é uma referência ao nome da mulher do ex presidente Costa e Silva. "2606" é 26 de junho, data em que o grupo terrorista VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) assassinou o soldado Mário Kozel Filho, de 18 anos, na porta do II Exército em São Paulo. Dilma fazia parte do grupo. O general Artur da Costa Silva era o presidente na data do atentado.
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