'ELE MANDAVA FAZER', AFIRMA PROCURADOR AO JORNAL 'EL PAÍS'
Diário do Poder
“É o responsável final, último, e mais importante da decisão. Mandava fazer, não se importava com os detalhes. A partir do momento que você determinou, é responsável por tudo aquilo que acontece embaixo desse guarda-chuva”, explicou o procurador ao ser questionado sobre o comando da quadrilha.
O procurador falou sobre a Lava Jato ter sido vista, inicialmente, como ‘investigação partidária’. Segundo ele, ‘obviamente’ a investigação era sobre o Partido dos Trabalhadores (PT), pois estava há 13 anos no poder e tinha a Petrobras ‘basicamente ali’.
“A partir do momento em que conseguimos extrapolar para uma investigação sobre o próprio financiamento da política no Brasil – que envolve todos os partidos – as pessoas passaram a ter dificuldade de aceitar. Nós nunca usamos esse discurso contra o PT”, explicou.
Após o PT, vieram à tona evidências contra outros partidos. Segundo o procurador, o ‘PT organizou, sistematizou, dentro de um partido, aquilo que era típico de caciques eleitorais. Os outros partidos são assim, como o PMDB. Uma agremiação de caciques eleitorais. Cada um com seu próprio esquema de financiamento e seu esquema de lavagem. Corrupção é corrupção, não importa a metodologia, não é melhor ou pior”, argumentou.
De acordo com Santos Lima, 13 anos do PT é um fato de corrupção. “ E os outros [fatos] têm 100 anos de história. Pode ter sucedido.” Segundo ele, o PT inaugurou uma nova sistemática, no entanto, a corrupção vem ‘desde sempre’.
“(O PT) introduziu um accountability (prestação de contas) no sistema. O tesoureiro passa a ter um controle sobre a corrupção do partido e para onde é dirigido. Isso é um pouco a cara do PT. Os demais são cada um por si, cada um roubando no seu quintal”, avaliou. “Crime é crime, nós temos obrigação de investigar e punir, não importa quem seja.”
O procurador falou ainda sobre o corte no orçamento da Polícia Federal, que acabou afetando a força-tarefa. “Ninguém está isento da redução geral de orçamento que a emenda constitucional impôs [teto de gastos]. Nós até tivemos aumento de dois assessores. Mas isso é empenho do procurador-geral (Rodrigo Janot) que está tirando de um lugar e colocando em outro”, explicou.
Segundo ele, houve redução no número de delegados e o temor é que, ao trocar a superintendência no Paraná, a investigação seja prejudicada. “Qualquer mudança é um problema de resgatar história. É mais indireto. Mas quanto mais chegar na estrutura administrativa do Paraná, mais preocupante”.
Com relação a delações premiadas, Santos Lima afirmou que já não são necessários novos acordos. “Já temos muita informação. Quem chegar, vem atrasado. Vamos exigir pena. Quem diria que o Marcelo Odebrecht ia aceitar dois anos e meio de cadeia. Ele continua preso até o final do ano. O tempo e as circunstâncias justificam um acordo ou não. Joesley, JBS, nunca havia aparecido, não tinha nada. Ficou dois anos e meio fazendo o possível para destruir a investigação. Claro, a Odebrecht tem valor patrimonial e faturamento muito inferior que o da J&F. É preciso analisar todas as circunstâncias. E nós aqui também. Temos oferta de colaborações, que nós recusamos, que a pessoa aceitou teoricamente ficar presa seis anos em regime fechado. Eu disse – não, você chegou tarde, tudo que você está me contando a gente já sabe, e só fazemos acordo se houver fato novo e prova nova”, disse.
O procurador falou sobre a Lava Jato ter sido vista, inicialmente, como ‘investigação partidária’. Segundo ele, ‘obviamente’ a investigação era sobre o Partido dos Trabalhadores (PT), pois estava há 13 anos no poder e tinha a Petrobras ‘basicamente ali’.
“A partir do momento em que conseguimos extrapolar para uma investigação sobre o próprio financiamento da política no Brasil – que envolve todos os partidos – as pessoas passaram a ter dificuldade de aceitar. Nós nunca usamos esse discurso contra o PT”, explicou.
Após o PT, vieram à tona evidências contra outros partidos. Segundo o procurador, o ‘PT organizou, sistematizou, dentro de um partido, aquilo que era típico de caciques eleitorais. Os outros partidos são assim, como o PMDB. Uma agremiação de caciques eleitorais. Cada um com seu próprio esquema de financiamento e seu esquema de lavagem. Corrupção é corrupção, não importa a metodologia, não é melhor ou pior”, argumentou.
De acordo com Santos Lima, 13 anos do PT é um fato de corrupção. “ E os outros [fatos] têm 100 anos de história. Pode ter sucedido.” Segundo ele, o PT inaugurou uma nova sistemática, no entanto, a corrupção vem ‘desde sempre’.
“(O PT) introduziu um accountability (prestação de contas) no sistema. O tesoureiro passa a ter um controle sobre a corrupção do partido e para onde é dirigido. Isso é um pouco a cara do PT. Os demais são cada um por si, cada um roubando no seu quintal”, avaliou. “Crime é crime, nós temos obrigação de investigar e punir, não importa quem seja.”
O procurador falou ainda sobre o corte no orçamento da Polícia Federal, que acabou afetando a força-tarefa. “Ninguém está isento da redução geral de orçamento que a emenda constitucional impôs [teto de gastos]. Nós até tivemos aumento de dois assessores. Mas isso é empenho do procurador-geral (Rodrigo Janot) que está tirando de um lugar e colocando em outro”, explicou.
Segundo ele, houve redução no número de delegados e o temor é que, ao trocar a superintendência no Paraná, a investigação seja prejudicada. “Qualquer mudança é um problema de resgatar história. É mais indireto. Mas quanto mais chegar na estrutura administrativa do Paraná, mais preocupante”.
Com relação a delações premiadas, Santos Lima afirmou que já não são necessários novos acordos. “Já temos muita informação. Quem chegar, vem atrasado. Vamos exigir pena. Quem diria que o Marcelo Odebrecht ia aceitar dois anos e meio de cadeia. Ele continua preso até o final do ano. O tempo e as circunstâncias justificam um acordo ou não. Joesley, JBS, nunca havia aparecido, não tinha nada. Ficou dois anos e meio fazendo o possível para destruir a investigação. Claro, a Odebrecht tem valor patrimonial e faturamento muito inferior que o da J&F. É preciso analisar todas as circunstâncias. E nós aqui também. Temos oferta de colaborações, que nós recusamos, que a pessoa aceitou teoricamente ficar presa seis anos em regime fechado. Eu disse – não, você chegou tarde, tudo que você está me contando a gente já sabe, e só fazemos acordo se houver fato novo e prova nova”, disse.
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