sábado, 15 de julho de 2017

"EMENDA LULA" É UM ACINTE AO PAÍS

DEPUTADO AFRONTA OPINIÃO PÚBLICA E TENTA LIVRAR LULA DA CADEIA



Diário do Poder

O relatório do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) na Comissão de Reforma Política um mecanismo de proteção a políticos investigados por crimes, com o objetivo de blindar o ex-presidente Lula de ser preso, durante a campanha eleitoral de 2018. A iniciativa amplia a imunidade já prevista, de 15 dias para oito meses antes da eleição, exceto em casos de flagrantes.

Parlamentares reagiram contra a proposta que precisa ser aprovada até setembro, para vigorar na próxima eleição em que o petista pretende disputar, mesmo condenado a 9 anos e 6 meses de cadeia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

"É um acinte à opinião pública. É uma tentativa de mudar a justiça só para atender a um determinado líder", disse o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), ao portal UOL. Ele é titular na Comissão de Reforma Política, mas não é o único a reprovar a iniciativa.

Marcos Pestana (PSDB), vice-presidente da comissão, discorda e acredita que seja melhor focar em outras medidas essenciais. “A proposta é inadequada, principalmente neste momento em que estamos passando. Vai passar para a opinião pública que é uma a salvaguarda, uma proteção àqueles que estão prestes àqueles que estão na iminência de serem condenados. Não creio que vá prosperar”, opinou Pestana.

Efraim Filho (DEM-PB) afirma que a proposta estabelece um prazo demasiadamente longo. E não vê chances de aprovação, nem pela comissão, nem pelo plenário da Câmara. Para o parlamentar, a sociedade não tolera mais corrupção e tudo o que possa levar à impunidade de políticos. "Essa emenda será rechaçada pela opinião pública da mesma forma que foi a articulação da anistia ao caixa 2", prevê.

A BLINDAGEM

A alteração atinge o Artigo 236 do Código Eleitoral e foi batizada de “Emenda Lula”. Porque, salvará o ex-presidente Lula, caso o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) mantiver a sentença do juiz federal Sérgio Moro.

“Para a conjuntura em que estamos vivendo, justifica uma norma dessa natureza. Para outros momentos, o Brasil entrando na normalidade, sem essa forte judicialização da política, ou essa política policialesca que estamos vivendo, essa norma pode não fazer sentido. Mas, para esse momento, faz sentido. Conversei com vários líderes e o presidente e até agora ninguém falou que isso está fora do propósito e é melhor tirar”, disse o deputado, à Rádio CBN.

Lucio Vieira Lima, que preside a comissão não quer votação a toque de caixa. E que precisa haver um debate amplo.

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