Miguel Lucena
Um militante de um partido de esquerda escreve que seus líderes são vítimas do “ódio de classe”, posto que os “golpistas intolerantes, racistas, homofóbicos e misóginos” assumiram o poder após uma rasteira parlamentar na comandante Dilma Roussef.
Resume seu pensamento ao nós e eles, sendo estes os intolerantes, odientos e que tais. Quem está do lado de lá é leve, light, plural, multicultural, politicamente correto e justo. A palavra ódio não existe no dicionário da esquerda, somente paz, amor e tolerância.
Não é o que vemos analisando historicamente os movimentos comunistas e socialistas pelo mundo, observando o que pregavam seus líderes e o resultado das experiências.
Em Cuba, o paredão serviu para Che Guevara treinar tiro ao alvo na cabeça de desafetos e funcionários do antigo regime que ele cismou serem inimigos de classe, mesmo que, cidadãos comuns, nada tivessem feito. Bastava uma denúncia anônima registrada por um vizinho corneado.
Guevara confessou os fuzilamentos de Cuba na Assembleia da Organização das Nações Unidas em 1964: “Nós temos que dizer aqui o que é uma verdade conhecida, que temos expressado sempre diante do mundo: fuzilamentos, sim! Fuzilamos, estamos fuzilando e seguiremos fuzilando até que seja necessário. Nossa luta é uma luta até a morte. Nós sabemos qual seria o resultado de uma batalha perdida e os vermes também têm de saber qual é o resultado da batalha perdida hoje em Cuba”.
Em versos, o médico Che descreveu o movimento de uma bala que penetra de um lado do crânio e sai do outro, confessou ter furtado o relógio de um homem que acabara de matar e acreditava que o homem, motivado pelo ódio, deveria se transformar “numa fria e implacável máquina de matar”. Chamava os adversários de “vermes”.
Vladimir Lênin, líder da Revolução Comunista na Rússia, disse que o ódio era o combustível que movia os revolucionários. Para despojar os kulaks (proprietários rurais prósperos, porém médios) de suas terras, mandou enforcar pelo menos 100 deles em praça pública, para servir de lição aos demais, em mensagem ao Comitê Executivo de Penza, em agosto de 1918.
Quando o Soviete resolveu abolir a pena de morte, em determinada circunstância, Lênin, furioso, declarou que não se podia fazer uma revolução sem execuções.
Para não falar dos 15 milhões que Josef Stálin eliminou, incluindo Leon Trótsky, basta mostrar que ele cunhou a célebre oração de que gratidão era uma doença sofrida por cachorros.
Mao Tse Tung, para cumprir a megalomania do Grande Salto Adiante, na China, entre 1958 e 1962, deixou perecer 45 milhões de pessoas.Nos registros oficiais do PC chinês, é citado o caso de um homem, na província de Hunan, que foi forçado a enterrar vivo seu filho de 12 anos por ter roubado grãos - o pai morreu de desgosto poucas semanas depois; outro registro diz respeito a uma mulher obrigada a entregar a filha adolescente para satisfação sexual de um burocrata em troca de dois pedaços de pão seco – logo em seguida, ela se suicidou. Há o caso de uma mãe que, quando morria de fome, pediu à filha que comesse seu coração, para não morrer também, o que foi feito.
Mao determinou que o presidente Liu Shaoqi fosse afastado do poder e morresse à míngua na prisão, sem direito a receber os medicamentos que precisava tomar para os problemas de saúde que o acometiam.
Ao criar comunas de até 20 mil pessoas, declarou que estava liquidada a base familiar, proibindo que as famílias fizessem comida em casa. Todos tinham de ir para a fila do bandejão, comendo de mão em cumbucas, quando conseguiam uma.
Agora, a luta de classes foi transferida do enfrentamento entre proletariado e burguesia para a guerra cultural e ideológica de todos contra todos - mulheres contra homens, negros contra brancos, homossexuais contra heterossexuais, filhos contra pais e assim por diante.
Quem promove a guerra posa de vítima e acusa os demais, mesmo os que não se metem na briga, de odiarem ou estarem do lado de quem os odeia.
Um militante de um partido de esquerda escreve que seus líderes são vítimas do “ódio de classe”, posto que os “golpistas intolerantes, racistas, homofóbicos e misóginos” assumiram o poder após uma rasteira parlamentar na comandante Dilma Roussef.
Resume seu pensamento ao nós e eles, sendo estes os intolerantes, odientos e que tais. Quem está do lado de lá é leve, light, plural, multicultural, politicamente correto e justo. A palavra ódio não existe no dicionário da esquerda, somente paz, amor e tolerância.
Não é o que vemos analisando historicamente os movimentos comunistas e socialistas pelo mundo, observando o que pregavam seus líderes e o resultado das experiências.
Em Cuba, o paredão serviu para Che Guevara treinar tiro ao alvo na cabeça de desafetos e funcionários do antigo regime que ele cismou serem inimigos de classe, mesmo que, cidadãos comuns, nada tivessem feito. Bastava uma denúncia anônima registrada por um vizinho corneado.
Guevara confessou os fuzilamentos de Cuba na Assembleia da Organização das Nações Unidas em 1964: “Nós temos que dizer aqui o que é uma verdade conhecida, que temos expressado sempre diante do mundo: fuzilamentos, sim! Fuzilamos, estamos fuzilando e seguiremos fuzilando até que seja necessário. Nossa luta é uma luta até a morte. Nós sabemos qual seria o resultado de uma batalha perdida e os vermes também têm de saber qual é o resultado da batalha perdida hoje em Cuba”.
Em versos, o médico Che descreveu o movimento de uma bala que penetra de um lado do crânio e sai do outro, confessou ter furtado o relógio de um homem que acabara de matar e acreditava que o homem, motivado pelo ódio, deveria se transformar “numa fria e implacável máquina de matar”. Chamava os adversários de “vermes”.
Vladimir Lênin, líder da Revolução Comunista na Rússia, disse que o ódio era o combustível que movia os revolucionários. Para despojar os kulaks (proprietários rurais prósperos, porém médios) de suas terras, mandou enforcar pelo menos 100 deles em praça pública, para servir de lição aos demais, em mensagem ao Comitê Executivo de Penza, em agosto de 1918.
Quando o Soviete resolveu abolir a pena de morte, em determinada circunstância, Lênin, furioso, declarou que não se podia fazer uma revolução sem execuções.
Para não falar dos 15 milhões que Josef Stálin eliminou, incluindo Leon Trótsky, basta mostrar que ele cunhou a célebre oração de que gratidão era uma doença sofrida por cachorros.
Mao Tse Tung, para cumprir a megalomania do Grande Salto Adiante, na China, entre 1958 e 1962, deixou perecer 45 milhões de pessoas.Nos registros oficiais do PC chinês, é citado o caso de um homem, na província de Hunan, que foi forçado a enterrar vivo seu filho de 12 anos por ter roubado grãos - o pai morreu de desgosto poucas semanas depois; outro registro diz respeito a uma mulher obrigada a entregar a filha adolescente para satisfação sexual de um burocrata em troca de dois pedaços de pão seco – logo em seguida, ela se suicidou. Há o caso de uma mãe que, quando morria de fome, pediu à filha que comesse seu coração, para não morrer também, o que foi feito.
Mao determinou que o presidente Liu Shaoqi fosse afastado do poder e morresse à míngua na prisão, sem direito a receber os medicamentos que precisava tomar para os problemas de saúde que o acometiam.
Ao criar comunas de até 20 mil pessoas, declarou que estava liquidada a base familiar, proibindo que as famílias fizessem comida em casa. Todos tinham de ir para a fila do bandejão, comendo de mão em cumbucas, quando conseguiam uma.
Agora, a luta de classes foi transferida do enfrentamento entre proletariado e burguesia para a guerra cultural e ideológica de todos contra todos - mulheres contra homens, negros contra brancos, homossexuais contra heterossexuais, filhos contra pais e assim por diante.
Quem promove a guerra posa de vítima e acusa os demais, mesmo os que não se metem na briga, de odiarem ou estarem do lado de quem os odeia.
Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista e escritor.
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