Fundador do PT sugere que Lula, 'egoísta doentio', impõe enterro sem fim ao País
Petista histórico, Delgado acusa Lula de soberba e vitimização
Davi Soares
Fundador do Partido dos Trabalhadores e ex-deputado federal constituinte, com seis mandatos pelo PT de Minas Gerais, o sociólogo e cientista político Paulo Gabriel Godinho Delgado escreveu um artigo, reproduzido no Diário do Poder, em que descreve como “soberba banal e vitimização” algumas das atitudes do ex-presidente Lula e de seus seguidores, diante das condenações, crimes e escândalos produzidos pelo líder petista no Brasil, que foi condenado a mais de 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
No texto que toma emprestado o título do livro de Willian Faulkner, Enquanto Agonizo, Paulo Delgado não cita Lula, mas faz uma análise minuciosa do que afirma que se passa no PT, na cabeça do ex-presidente e no País. A análise compara com contundência o comportamento de Lula ao de “um pai brutal”, personagem de Faulkner, que “impõe a todos um enterro sem fim, não deixando a vida de ninguém fluir sem ter de pensar no seu egoísmo doentio”.
Delgado lamenta que o ex-presidente petista que passou a se referir a si mesmo como “o líder” não tenha sido capaz de suportar o sucesso com mais honestidade e a adversidade com mais autocontrole.
“O que ‘o líder’ quer é o refluxo da identidade perdida, fugir da responsabilidade confinado na condição de perseguido. Pelo alto, espalha simulacros de habeas corpus, certo de que a Justiça dos privilegiados prevalece e o ressuscita, como Lázaro. Por baixo, mantém agitada a agonia, seguro de que a manipulação do povo reabsorve a desordem que ele criou e a dissolve na sociedade até sumir sua autoria”, conclui Paulo Delgado, em uma das críticas mais duras feitas por um petista histórico ao ex-presidente Lula.
O político que dividiu com Lula a primeira Direção Nacional do PT, afirma que Lula “falhou em grandeza” e que o ex-presidente sugere o sepultamento, com a toga preta do Supremo Tribunal Federal, do princípio da igualdade de todos perante a lei.
“Como numa piada, arrumou advogado na ONU. Sentia-se um país. Não queria mais suar. Botaram na cabeça dele que se é vontade de Deus que as pessoas tenham opinião diferente sobre honestidade não cabe a ele discutir desígnios divinos. Suas proezas entardeceram e começaram a alimentar uma ordem política incapaz de produzir valores sociais. Vazio, deixou-se preencher pelo maior valor do mundo moderno, o ouro de tolo, que lambuza no presente a consequência do futuro”, diz um dos trechos mais duros do artigo de Delgado, que faz referência ao advogado britânico e conselheiro da rainha Elizabeth II, Geoffrey Ronald Robertson, que representa Lula na Comissão de Direitos Humanos da ONU.
ABUSO POLÍTICO
Em outros trechos em que expõe o esvaziamento político de Lula, inversamente proporcional aos seus diplomas e medalhas que recebidos, o fundador do PT critica os autoelogios, a fúria do ex-presidente petista e o enfraquecimento da autoridade, “por seu abuso e o hábito de confundir poder com relação e intimidade”.
“Quando a Justiça abriu a porta dos seus transtornos desesperadores, ele já havia caído na mais sedutora armadilha da política atual, o dinheiro fácil, e não quis reconhecer o que fez. [...] pressupôs que a condição de vítima evitaria o caminho da desmoralização. Ele voltou a suar, como se estivesse espumando, feito um cavalo desembestado, convocou adoradores, dependentes, para a velha modalidade de ação heroica – camisa de partido, candidatura, comício, farisaísmo – na tentativa desesperada de incinerar a sentença e botar fogo na pavorosa jornada da Justiça de ousar apontar o dedo para quem sempre fez o que quis e nunca foi tão adequadamente contrariado”, escreveu Paulo Delgado.
Por fim, o sociólogo e ex-deputado federal pelo PT convida a sigla de esquerda a parar de tratar de forma errada o erro e a reconhecer que não foi um período virtuoso “o período de governo com um presidente deposto, três ex-presidentes da Câmara, senadores e inúmeros ministros de Estado presos ou processados, dirigentes partidários e governadores confinados ou envolvidos, a maior empresa do País dilapidada, a autoridade olímpica nacional presa, o bilionário do período encarcerado, a Copa investigada, fundos de pensão arruinados, o BNDES um clube de amigos, grandes empresários condenados, frugal intimidade com ditadores, etc., não foi um período virtuoso”.
Leia o texto completo de Paulo Delgado na seção de artigos do Diário do Poder.
Delgado lamenta que o ex-presidente petista que passou a se referir a si mesmo como “o líder” não tenha sido capaz de suportar o sucesso com mais honestidade e a adversidade com mais autocontrole.
“O que ‘o líder’ quer é o refluxo da identidade perdida, fugir da responsabilidade confinado na condição de perseguido. Pelo alto, espalha simulacros de habeas corpus, certo de que a Justiça dos privilegiados prevalece e o ressuscita, como Lázaro. Por baixo, mantém agitada a agonia, seguro de que a manipulação do povo reabsorve a desordem que ele criou e a dissolve na sociedade até sumir sua autoria”, conclui Paulo Delgado, em uma das críticas mais duras feitas por um petista histórico ao ex-presidente Lula.
O político que dividiu com Lula a primeira Direção Nacional do PT, afirma que Lula “falhou em grandeza” e que o ex-presidente sugere o sepultamento, com a toga preta do Supremo Tribunal Federal, do princípio da igualdade de todos perante a lei.
“Como numa piada, arrumou advogado na ONU. Sentia-se um país. Não queria mais suar. Botaram na cabeça dele que se é vontade de Deus que as pessoas tenham opinião diferente sobre honestidade não cabe a ele discutir desígnios divinos. Suas proezas entardeceram e começaram a alimentar uma ordem política incapaz de produzir valores sociais. Vazio, deixou-se preencher pelo maior valor do mundo moderno, o ouro de tolo, que lambuza no presente a consequência do futuro”, diz um dos trechos mais duros do artigo de Delgado, que faz referência ao advogado britânico e conselheiro da rainha Elizabeth II, Geoffrey Ronald Robertson, que representa Lula na Comissão de Direitos Humanos da ONU.
ABUSO POLÍTICO
Em outros trechos em que expõe o esvaziamento político de Lula, inversamente proporcional aos seus diplomas e medalhas que recebidos, o fundador do PT critica os autoelogios, a fúria do ex-presidente petista e o enfraquecimento da autoridade, “por seu abuso e o hábito de confundir poder com relação e intimidade”.
“Quando a Justiça abriu a porta dos seus transtornos desesperadores, ele já havia caído na mais sedutora armadilha da política atual, o dinheiro fácil, e não quis reconhecer o que fez. [...] pressupôs que a condição de vítima evitaria o caminho da desmoralização. Ele voltou a suar, como se estivesse espumando, feito um cavalo desembestado, convocou adoradores, dependentes, para a velha modalidade de ação heroica – camisa de partido, candidatura, comício, farisaísmo – na tentativa desesperada de incinerar a sentença e botar fogo na pavorosa jornada da Justiça de ousar apontar o dedo para quem sempre fez o que quis e nunca foi tão adequadamente contrariado”, escreveu Paulo Delgado.
Por fim, o sociólogo e ex-deputado federal pelo PT convida a sigla de esquerda a parar de tratar de forma errada o erro e a reconhecer que não foi um período virtuoso “o período de governo com um presidente deposto, três ex-presidentes da Câmara, senadores e inúmeros ministros de Estado presos ou processados, dirigentes partidários e governadores confinados ou envolvidos, a maior empresa do País dilapidada, a autoridade olímpica nacional presa, o bilionário do período encarcerado, a Copa investigada, fundos de pensão arruinados, o BNDES um clube de amigos, grandes empresários condenados, frugal intimidade com ditadores, etc., não foi um período virtuoso”.
Leia o texto completo de Paulo Delgado na seção de artigos do Diário do Poder.
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