sexta-feira, 30 de novembro de 2018

PEDALADAS DE DILMA: "HÁ ALGO ERRADO", DIZ JUIZ

O juiz Francisco Codevila foi obrigado a arquivar a investigação criminal contra Dilma Rousseff e Luciano Coutinho no caso das pedaladas fiscais. O que levou o juiz a arquivar o caso está na lei, mas não deixa de ser uma aberração o fato do mesmo crime que levou à cassação do mandato da presidente, simplesmente "deixar de existir" porque prescreveu.

Na decisão, porém, ele deixou clara sua insatisfação com a “flagrante incongruência do sistema legal”.

“Dilma Vana Rousseff, em juízo político, foi condenada à perda do cargo de Presidente da República por ‘ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação’ (…). Esta mesma conduta é prevista como crime comum, e a pena máxima é de 2 anos (…) Ou seja, o mesmo ato pode levar a Presidente da República a perder o cargo, no juízo político, e a pagar uma cesta básica, no juízo comum. Evidentemente, há algo errado!”

NÃO TEM DELAÇÃO SEM CITAR O CHEFE

A mais recente delação de Antônio Palocci cita novamente Lula e Dilma. A TV Globo apresentou com detalhes o novo acordo de Palocci com a PF, homologado por Edson Fachin:

“Foram 23 depoimentos que retratam a atuação de uma suposta organização criminosa no governo federal e também crimes envolvendo o sistema financeiro nacional.

O ex-ministro dos governos petistas também deu informações sobre a atuação supostamente criminosa dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff em fundos de pensão.

Fachin já determinou a abertura de novos inquéritos com base na delação de Palocci.”

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

MAIS UMA DENÚNCIA CONTRA LULA, NUNCA SAIRÁ DA CADEIA

Lava Jato São Paulo denuncia Lula por lavagem de R$ 1 milhão em negócio na Guiné Equatorial

Ministério Público Federal aponta que ex-presidente intermediou negócios de empresa brasileira no país africano e recebeu pagamento disfarçado de doação para o Instituto Lula; esta é a primeira acusação formal da força-tarefa da operação em SP

Julia Affonso, Fausto Macedo e Ricardo Brandt , Estadão


A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo denunciou o ex-presidente Lula por lavagem de dinheiro. A acusação formal levada à Justiça Federal aponta que, ‘usufruindo de seu prestígio internacional, Lula influiu em decisões do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, que resultaram na ampliação dos negócios do grupo brasileiro ARG no país africano’. Segundo a Procuradoria da República, em troca, o ex-presidente recebeu R$ 1 milhão dissimulados na forma de uma doação da empresa ao Instituto Lula.   

A reportagem está tentando contato com todos os citados. O espaço está aberto para manifestação.

Para o Ministério Público Federal, não se trata de doação, mas de pagamento de vantagem a Lula em virtude do ex-presidente do Brasil ter influenciado o presidente de outro país no exercício de sua função. Como a doação feita pela ARG seria um pagamento, o registro do valor como uma doação é ideologicamente falso e trata-se apenas de uma dissimulação da origem do dinheiro ilícito, e, portanto, configura crime de lavagem de dinheiro.
(...) 

Quem é Teodoro Obiang

Teodoro é pai do vice-presidente da Guiné-Equatorial, Teodoro Nguema Obiang, o Teodorin, cuja comitiva foi retida no dia 14 de setembro no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). O grupo de Teodorin estava na posse de US$ 16 milhões em dinheiro vivo e relógios de luxo. A Polícia Federal e a Procuradoria da República investigam o destino que Teodorin planejava dar à fortuna.

Em outubro, a PF realizou buscas no monumental apartamento triplex de 1 mil metros quadrados, no Condomínio L’Essence, avaliado em R$ 70 milhões, localizado à Rua Hadock Lobo, 1725, nos Jardins, em São Paulo, cuja propriedade é atribuída a Teodorin.

Matéria completa AQUI.


"IDEOLOGIAS SE INTERESSAM PELAS IDEIAS, NÃO PELAS PESSOAS"

Fernando Gabeira faz uma análise acertada sobre os programa Mais Médicos e indica o que é necessário para que um profissional de saúde cuide bem das pessoas. Gabeira deixa bem claro que, para isso, é importante deixar de lado a pregação ideológica, que visa apenas ocupar espaços para cooptar adeptos às ideias de seus líderes.

Uma dessas necessidades é justamente a de conhecer os rincões brasileiros e conhecer a realidade de quem vive lá, sem a influência dos conceitos estabelecidos por quem não se importa com suas carências, mas sim se aproveita dessas carências para que se tornem seguidores de suas teses.

A seguir, sua coluna em O Globo:

"Organizações humanitárias mostram que estar ao lado dos mais fracos não é, unicamente, consequência da visão socialista.

Os cubanos foram embora. O Programa Mais Médicos não existe mais, tal como foi criado no governo Dilma. Sou otimista quanto ao futuro do programa. Talvez possa ser feito de uma forma melhor.

Breve, a discussão ideológica ficará para trás, e então poderemos nos concentrar no que realmente interessa: a saúde de milhões de brasileiros.

A grande oportunidade que está diante de nós é a ida de milhares de jovens médicos brasileiros para o interior. As condições salariais são atraentes. O dinheiro ficaria no Brasil. Mas não é esse o principal ganho. O encontro de milhares de jovens da classe média urbana com os rincões do Brasil pode representar para eles um grande aprendizado.

Já houve grandes momentos históricos em que esse encontro se deu. Na Rússia, no século XIX, quando milhares de estudantes foram compartilhar o cotidiano dos camponeses. Havia muito romantismo, ideias revolucionárias, uma visão idealizada dos pobres do campo. Embora o resultado tenha sido revoluções esmagadas, foi um período rico para a própria cultura russa.

Aqui, no Brasil, as idealizações não são as mesmas. Minha impressão é que os brasileiros vão encontrar no interior surpresas positivas sobre as pessoas que vivem lá. Os russos se decepcionaram porque esperavam ver nos camponeses um reflexo de suas fantasias urbanas.

A ida dos médicos brasileiros teria o mesmo valor pedagógico que a carreira oferece aos militares: percorrer diferentes pontos do país, sentir a diversidade, acreditar mais ainda no potencial do Brasil.

Não há contraindicação ideológica. Ouso dizer mesmo para uma juventude de esquerda dos grandes centros: o choque cultural seria benéfico. Certamente, sairia mais realista.

Meu primeiro trabalho na TV, creio em 2014, foi sobre uma cidade do Maranhão chamada Buriti Bravo. Já era uma aproximação com o Programa Mais Médicos. Uma visita às cidades mais desamparadas, no Maranhão e no Amapá.

Semana passada, procurei algumas pessoas como o escritor Antonio Lino, que fez uma dezena de viagens para escrever sobre o Mais Médicos. E também o sanitarista Hermano Castro, da Fiocruz.

Minhas primeiras conclusões: o programa é essencial para as cidades cobertas; ele pode ser feito majoritariamente por brasileiros, o que não significa que alguns estrangeiros não possam participar, dentro das regras do jogo. Constatei também que o gargalo é a formação desse tipo de médico. Isto estava previsto no programa de Dilma, mas não foi bem desenvolvido.

É preciso ser realista. Apesar dos salários, ainda é muito difícil fixar um jovem médico no interior. A realidade me leva de novo ao mundo das ideias.

A única maneira de atenuar realmente o problema é uma valorização simbólica desse tipo de trabalho. Transmitir um pouco, por exemplo, a chama que ilumina um grupo como o Médicos Sem Fronteiras, que leva ajuda a pessoas em grandes dificuldades. No caso, o governo comprar essa ideia talvez não ajude tanto quanto se fosse aceita pelo mundo cultural. Não proponho heróis positivos, são pessoas de carne e osso que merecem um reconhecimento maior.

Tanto os cubanos quanto a esquerda encaram esse trabalho como o produto de uma visão socialista, e desafiamos a verem na medicina um mercado, e não adotarem suas teses.

Esquecem que a exportação de serviços médicos é um importante item no comércio exterior cubano. É um negócio de Estado. Não só o Médicos Sem Fronteiras, mas inúmeras organizações humanitárias no mundo demonstram que essa presença ao lado dos mais fracos não é, unicamente, uma consequência da visão socialista.

Para completar a semana, ouvi uma conferência do ministro alemão Cristoph Bundscherer num painel sobre indústria 4.0. Paradoxalmente, ele falava de um futuro tecnológico com diagnósticos à distância, portanto, com menos médicos.

Se combinarmos a formação dos novos médicos com uma abertura para o mundo tecnológico, é possível atenuar esse grande problema brasileiro.

No momento, temos um pepino. No futuro, talvez nos lembremos da passagem dos cubanos apenas como um doloroso aprendizado. É raro um contrato ser rompido assim, numa área tão sensível, sem que tenhamos salvaguardas. Isso faz parte do legado. Ideologias se interessam pelas ideias, não pelas pessoas."

DISCOS VOADORES ATÉ PODEM EXISTIR; MARXISTAS INTELECTUALMENTE HONESTOS, NÃO

Ernesto Araújo, futuro ministro das Relações Exteriores, ironizou no seu blog os críticos às suas matérias às quais questiona a possibilidade da existência de discos voadores. Ele costuma dá a entender que não acredita, mas também não duvida nem desfaz de quem crê.

“Se eu fizer uma referência à história da cigarra e da formiga, amanhã algum jornal dirá que eu acredito em insetos falantes.”


E vai além em suas considerações sobre "ficção". Araújo acha a existência de marxistas intelectualmente honestos menos plausível do que a de seres extraterrestres:

“A existência de um marxista intelectualmente honesto não é plausível, pois há uma contradição intrínseca entre a disciplina intelectual marxista, que nasce na mentira e obriga seus praticantes a mentir inclusive a si mesmos o tempo todo, e a honestidade intelectual.”

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

PRÓXIMO PASSO - SUPERAR A "RESISTÊNCIA"



Artistas da "resistência" dizem que a revolução não tem volta. O que será que isso significa, que pretendem voltar à luta armada ou voltar a criar algo que preste?

Rola nas redes vídeo no qual uma apresentadora de TV diz isso com todas as letras, que irão lutar até o fim e promete sabotar qualquer iniciativa que dê lugar à baixaria que se instalou na música, na literatura, na cultura de modo geral. 

A maldade não tem limite. Continuam plantando a ideia de que a "onda conservadora" é o mal do século. Esse conceito tem raízes profundas e o intuito é desqualificar a reação da grande maioria da população dos países que resolveram reverter o vale tudo que estava em curso.

Basta alguns segundos de reflexão para avaliar e entender a guerra que os poderosos tentam travar no inconsciente coletivo. Isso inclui, entre outros, políticos, jornalistas, religiosos e também os artistas. 

Para os "progressistas, a crítica a excrescências como a liberação das drogas, do aborto e da pedofilia é coisa de fascista, mesmo sabendo que essas intenções são apresentadas num pacote sedutor de combate ao racismo, à misoginia e à homofobia. Para eles, criminoso não é o assassino que porta fuzil e elimina suas vítimas, mas sim quem propõe combater o crime e proteger a população. 

E tem mais, a família perde o direito na formação de valores e a religião tem que se adequar aos seus propósitos para não ser acusada de homofóbica, racista, fascista e outros "istas", como se a pregação do amor fosse a causa de suas mazelas. 

Amar o próximo, para os progressistas, é permitir absurdos como o direito de vingança, de tirar do outro o que eu não tenho, de provocar e criar clima de confronto enquanto ao outro cabe apenas baixar a cabeça e se render, de ofender à vontade e os outros que se calem e, como vemos na política, criminoso é o juiz e não o corrupto.

Já cansou a inversão de valores entre mocinho (fascista) e bandido (santo). Não foram apenas os corruptos os derrotados nas urnas, mas também a ideia de que o bandido é o verdadeiro filho de Deus e o "mocinho" (militar, juiz, etc.) é o demônio a ser combatido.

A truculência de suas reações é um efeito semelhante ao que acontece com os animais selvagens ou os ariscos, atacam por medo e assim é com os humanos quando ficam agressivos, sentem medo e também desespero porque sabem que a baixaria está com os dias contados... não porque vai ter censura ou coisa parecida, é porque as pessoas estão mais exigentes, estão buscando qualidade. 

A agenda progressista fracassou e vai desidratar até se tornar insignificante porque as pessoas valorosas resolveram ocupar os espaços que estavam dominados pelos medíocres.

OS "17" PARA A SANTA CASA - A CAMPANHA MAIS LINDA DA HISTÓRIA

Volume de depósitos de bolsonaristas surpreende Santa Casa de Juiz de Fora

A campanha continua e a proposta, para facilitar a identificação, é que em cada doação seja colocado 17 centavos como complemento

Foram tantas as ligações, tantos os recados na redes sociais e nos espaços virtuais que a Santa casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG) se viu “obrigada” a emitir uma nota oficial dizendo que a iniciativa das doações não partiu da entidade – ainda que o gesto é tido como altamente cívico por pessoas da instituição.

Relembrando: o presidente eleito costuma dizer, sempre, que a Santa Casa lhe deu uma nova certidão de nascimento e que, por gratidão, pretende doar as sobras de campanha, algo como R$ 2 milhões, para a instituição de saúde. Por questões legais, há todo um trâmite a ser seguido.

Diante desse quadro, os seguidores de Bolsonaro começaram uma movimentação espontânea nas redes sociais, convocando que todos que tenham condições façam doações para uma determinada conta corrente.

Mesmos em um levantamento pormenorizado por parte da diretoria financeira, o impacto financeiro foi detectado e agora o que a entidade está buscando é uma forma de fazer o levantamento para saber o quanto foi doado. Uma forma que poderia ajudar seria cada doador adicionar 17 centavos ao valor da doação: R$ 2,17 – R$ 5,17 – R$ 10,17 e assim por diante.

Nos próximos dias a Santa Casa pretende informar qual o valor arrecadado em doações espontâneas e sem vinculação com alguma iniciativa da entidade ou do PSL.

Os dados, checados e confirmados, são os seguintes:

Nome: Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora
CNPJ: 21.575.709/0001-95
Banco – 001 BB
Agência: 4478-4
C/C: 6367-3

Não é indicado um valor específico, mas as transferências do BB não estipulam um valor mínimo, sendo recomendado que cada pessoa faça de R$ 10,17


Fonte: Insidecom - informação é tudo

sábado, 3 de novembro de 2018

PORTAL MUDA DE VERDADE


Depois de décadas de governos que falavam em transparência, mas mantinha tudo sob sigilo... por que será, né? ..., o PSL criou um site para informar sobre as decisões oficiais que serão tomadas por Jair Bolsonaro durante o governo de transição.

A partir da semana que vem, quando a equipe de transição for oficialmente anunciada, as decisões do presidente eleito começarão a ser veiculadas no portal (#PortalMudaDeVerdade).

O partido criou também os canais no Twitter (@portalmudabr), no Facebook e no Instagram.
Vamos acompanhar, fiscalizar e cobrar para não ficar só reclamando e acreditando em certo noticiário fake.

O PT APOSTA NA POLARIZAÇÃO

"Reconciliação não significa capitulação, mas desarmamento de espíritos"

É o que temos a oferecer.

Espero, sinceramente, que poucos se submetam ao outro lado, que fala em resistência, revanche, ir às ruas para incitar a violência e promover baderna, quebra-quebra e provocação.

Seus instrumentos? Milícias das "escolas com partido"... somente o deles, é claro.
Os fascistas não fariam melhor. 

Tudo isso está bem claro no artigo de Ruy Fabiano, 'O PT APOSTA NA POLARIZAÇÃO':

O propósito de reconciliar o país, expresso pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, já no discurso da vitória, transcende sua mera intenção, por mais sincera. Depende da receptividade do adversário.
Por aí, as chances são escassas, para dizer o mínimo.

Reconciliação não significa capitulação, mas desarmamento de espíritos, de modo a que os antagonismos, por mais extremados, se deem na arena política, dentro das regras do jogo democrático.

O PT não reza por essa cartilha – e já deu sinais claros nesse sentido. Basta ver o modo como tem reagido à derrota. Não fala em fiscalizar o futuro governo, combatê-lo no âmbito parlamentar, criticando propostas, denunciando erros, missão oposicionista.

Fala em resistência, revanche, ir às ruas. Põe em dúvida, nessa oratória incendiária, a legitimidade das eleições. Lula, ocultado no segundo turno para reduzir o desgaste da legenda, volta à cena, a partir da nomeação do juiz Sérgio Moro ao Ministério da Justiça.

A narrativa que o partido pretende difundir – e já o faz – é tortuosa; pretende associar a derrota do PT a um plano maquiavélico, segundo o qual Moro teria prendido Lula para propiciar a vitória de Bolsonaro. A recompensa estaria sendo paga agora, com a nomeação de Moro para o Ministério. Lula, portanto, seria um preso político. E Bolsonaro e Moro, dentro desse raciocínio, criminosos.

É claro que essa versão esbarra em provas e testemunhos abundantes, que indiciam o ex-presidente em diversas falcatruas, que virão à tona mesmo sem a presença de Moro no Judiciário.

Mas o PT, quanto a isso, segue a receita de Goebbels, o ministro da Propaganda de Hitler: “Uma mentira repetida à exaustão vira verdade”. A Lava Jato não depende de Moro, que dela se tornou um símbolo, mas que já adquiriu autonomia para seguir sem ele.

Dias depois do segundo turno, Guilherme Boulos (que, mesmo com 0,5% dos votos no primeiro turno, pretende falar em nome do povo) levou sua turma à avenida Paulista e promoveu o que de melhor sabe fazer: baderna, quebra-quebra, provocação.

Pior: voltou a conclamar seus adeptos a invadir a casa de Bolsonaro, reincidindo no mesmo crime de incitação à violência. A retórica do PT o estimula. Gleisi Hoffmann, presidente do partido, informa que a “resistência” se dará nas ruas. José Dirceu, ainda solto, já havia dito que a “tomada do poder” independe de ganhar eleições.

Mas o ponto mais delicado no desafio de promover a reconciliação está no meio estudantil.
Nele, a esquerda ergueu sua mais forte cidadela. São décadas de ação doutrinária, que remonta ao período militar, e já formou gerações de professores, que só admitem a divergência nos termos e no campo das ideias da própria esquerda. Fora daí, é “fascismo”.

Os fascistas não fariam melhor. Há numerosos vídeos na internet de milícias estudantis em universidades públicas (e mesmo em escolas secundárias), agredindo e impedindo que colegas divergentes se manifestem – ou que sequer permaneçam no campus quando identificados. Como reverter esse quadro?

O uso de força policial se mostra ineficaz e resulta em desgaste ainda maior, realimentando a hostilidade e o radicalismo. E é exatamente nesse nó cego que a esquerda continuará a investir, em clima de desafio permanente à nova ordem.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

DINHEIRO SUJO



(Publicado na edição impressa de VEJA e no Blog Fatos)

A certa altura em uma entrevista já como o próximo presidente do Brasil, no último domingo, Jair Bolsonaro disse que seu governo, entre diversas outras coisas, vai “diminuir” as verbas que o Erário paga hoje a uma certa rede de televisão e a um certo jornal diário para publicarem anúncios de propaganda oficial. Há pelo menos um erro sério nessa promessa: o verbo “diminuir”. A única palavra correta no caso, já que ele tocou no assunto das relações entre imprensa e governo, é “acabar”. Para os dois, a televisão e o jornal? Sim, para os dois — e para todos os outros veículos de comunicação do Brasil, sem nenhuma exceção. Por que contentar-se em roubar menos da população que paga por tudo isso, se há a oportunidade de não roubar nada? É a coisa mais fácil do mundo. Não existe nenhuma lei que obrigue o governo a jogar dinheiro fora com a imprensa. Não é preciso pedir licença ao STF ou ao Congresso, por mais que ambos acabem passando mal com isso. Também não há que pedir autorização da ONU, como o PT poderia exigir. Basta decidir que a partir de 1º de janeiro de 2019 o Tesouro Nacional não pagará mais nem um tostão para publicar anúncios na mídia deste país.

O fato é que não poderia haver momento melhor para começar a limpeza dessa usina de lixo que se chama “área de comunicação social do governo”. A maioria dos jornalistas brasileiros, com a concordância de seus empregadores, está combatendo há meses numa guerra sem quartel contra os perigos de ditadura que, segundo eles, apareceram no Brasil com o novo presidente. Então: propaganda para as massas, elites e tudo o que vem no meio das duas é uma das armas mais perversas das tiranias em todo o mundo e em todas as épocas. Que tal ficarmos livres dessa — pelo menos dessa? Bolsonaro, ao acabar com tamanha lavagem cerebral, estaria fazendo um gesto de paz para acalmar um pouco os comunicadores. “Estão vendo?”, poderia perguntar. “Vou abrir mão dos bilhões que tenho para comprar a aprovação da opinião pública”. Os jornalistas e seus patrões, por seu lado, não poderiam reclamar por estar perdendo essa dinheirama — fica ruim, de fato, falar mal da ditadura porque o ditador parou de lhes pagar. Além do mais, por que não reclamam de nada hoje? Já recebem dinheiro sujo. Não ficará limpo com o fascismo que anunciam.

O fato, para não ficar enganando o leitor com complexidades que não existem, é que, de todos os 1.001 pés-de-ca­bra à disposição do governo para roubar dinheiro do contribuinte, a propaganda oficial é um dos mais hipócritas. Não tem nada de pública — ao contrário, é puro negócio privado, bom só para quem manda no governo, os donos e empregados dos órgãos de imprensa e todos os intermediários que se movem entre uns e outros. Não tem a menor utilidade para o cidadão. Também não há ninguém pedindo “comunicação”. Você já viu alguma multidão sair à rua exigindo “publicidade já?”. Não existe em democracia alguma do planeta; ninguém jamais ouviu falar em “Inglaterra para Todos”, ou “Acelera, Holanda”. Em compensação, é oxigênio puro para ditaduras e governos de países subdesenvolvidos pelo mundo afora. Fala-se, é claro, na necessidade de publicar editais, leis, nomeações e outros atos do governo. Parem de fingir. Tudo isso pode ser escrito no Diário Oficial, que já é do poder público e tem de ser divulgado de qualquer jeito. Quem estiver interessado que compre — ou que se paguem os trocados que a mídia privada cobra por esse tipo de anúncio. Mas não é disso que estamos falando, não é mesmo? O que interessa é o dinheiro grosso que os governos pagam para dizer como são bons para você. Bolsonaro fala em “critérios técnicos” para distribuir a publicidade em seu governo. Que piada. Não há aí nada de critério nem de “técnico” — é puro desvio de dinheiro público para bolso privado.

Esqueçam as “campanhas de vacinação” que a mídia divulga em seu noticiário normal, ou “a obrigação de prestar contas ao público”. Quem está interessado, ou acredita, nisso? E os “pequenos veículos”, ou grandes, que morreriam sem a propaganda oficial? Problema deles — que arrumem leitores e anúncios privados para ganhar sua vida. A verdade é uma só: o cidadão vai economizar bilhões com o fim da “comunicação social transparente”, sem contar o que deixará de ser gasto com os milhares de funcionários empregados nesse falso serviço. Um governo que tem cerca de 800.000 servidores na ativa tem também a obrigação de tirar dali os que são realmente necessários para o trabalho de comunicação que realmente deve ser feito. O resto é safadeza.