O Papa Francisco, todos já sabem, disse que o Brasil não tem salvação, porque aqui o "negócio" é muita cachaça e pouca oração.
Tratou-se, evidentemente, de uma blague.
Mas Francisco não sabe que o pior negócio do planeta é tentar "zoar" com brasileiros. Pois nós já nascemos com pós-doutorado em gozação.
Assim, o feitiço virou-se contra o feiticeiro, e Francisco virou objeto de chacota em centenas de musiquinhas, memes, caricaturas, stickers etc.
Eu próprio estou me divertindo deveras com as piadas e reproduzi duas delas nesta página.
Os emoticons deixados pelos facefriends foram, em geral, de riso. Essa era a intenção.
Francisco, entretanto, está sendo também alvo de comentários indignados, alguns dos quais agressivos.
Vários amigos têm-me urgido, no messenger, para que os apague. Argumentam que, se me declaro católico, não posso permitir desrespeitos ao Sumo Pontífice.
Bem, os comentários que contêm palavrões eu excluo. (Faço isso sempre, aliás, quer eu concorde ou não com o conteúdo de um comment.)
Mas estou deixando nesta página os demais, que expressam revolta com o Papa de maneira genérica, mesmo que agressivos, porque eu próprio acho Francisco uma calamidade para a Igreja.
Não por piadinhas inconvenientes, é claro. E sim porque mistura desavergonhadamente religião com política.
E gostaria de lembrar que, na verdade, há, no momento, dois Papas: Francisco e Bento XVI.
Bento é o MEU Papa, o digno sucessor de João Paulo II. Fervoroso, culto, observador consciencioso de ambas as liturgias (a da fé e a do cargo de chefe de Estado), sincero, conservador e humilde.
Humilde até demais, aliás. Pois, num gesto inédito, julgando-se muito idoso e cansado, renunciou ao "exercício" do Pontificado e permitiu a eleição de um novo Papa (sem deixar de sê-lo "emeritamente") pelo Colégio de Cardeais.
Assim Bergoglio se tornou o Papa Francisco.
No começo encantou a todos, independentemente de ideologia, por sua afabilidade e carisma.
Com o tempo, porém, Francisco deixou claro ser adepto da Teologia da Libertação, movimento que torna a Igreja Católica uma espécie de ONG de esquerda. (Já dissertei, se não me engano, sobre essa "seita" nefasta nesta página.)
Os sacerdotes adeptos da TL, identificando a esquerda e o progressismo como sinônimos de amor, tolerância e luz, encaram, logicamente, a direita como o mal.
E assim os conservadores, que já eram politicamente cidadãos de segunda classe na maior parte dos países, passaram a sê-lo também na Igreja.
Francisco revelou a que ponto chegava o sequestro de sua religião por sua ideologia quando celebrou com a China, que sempre perseguiu de maneira cruel os católicos, uma Concordata em que, na prática, permite àquela ditadura bárbara e ateia decidir que sacerdotes poderão ser consagrados bispos.
A meu ver, se houvesse previsão de mecanismos para o "impeachment" do Sumo Pontífice, Francisco deveria, mais do que qualquer Papa após o século XVI, ter sido deposto naquele momento. Considero que traiu os martirizados cristãos chineses. E, por corolário, à própria Igreja que jurou liderar e defender.
Com relação ao Brasil, temos inúmeros exemplos de que, para Francisco, cristãos de verdade têm que ser progressistas.
Desde o início de seu pontificado, tem recebido figuras radicais da esquerda, como o "Grande Invasor" João Pedro Stédile (que, em entrevistas, revela seguidamente seu encantamento com Francisco). E próceres da corrupção, inclusive o arquimarginal de nossa nação, Luiz Inácio "Lula" da Silva.
O progressismo militante de Francisco, como um câncer em metástase, tem incentivado a cúpula esquerdista da Igreja Católica no Brasil a declarar cada vez mais ousadamente o seu anticonservadorismo.
Quando Francisco recebeu críticas da Direita Conservadora (pleonasmo, pois, em meu julgar, não existe direita que não seja conservadora, e vice-versa) pelas propostas "inovadoras" do Sínodo da Amazônia, o arcebispo de maior destaque do Brasil, Dom Orlando Brandes, no Santuário de Aparecida, a padroeira do Brasil, trovejou: "A DIREITA É INJUSTA E CRUEL. É PRECISO ESMAGAR O DRAGÃO DO TRADICIONALISMO."
Não, não se trata de versão "retórica". Essas foram suas palavras literais. Dom Brandes condenou milhões de brasileiros (aliás, de cidadãos do mundo inteiro) como criaturas malignas e 'decretou" que somos uma espécie de servos de Satanás. (O dragão é uma das representações do demônio, ao lado da serpente, na Bíblia.)
O que disse Francisco em defesa dos milhões de católicos conservadores que nos sentimos ultrajados com as agressivíssimas palavras de Dom Brandes? NADA.
E quem cala, vocês sabem, consente.
Francisco é um pastor que só quer apascentar as ovelhas que comem em sua mão esquerda.
Para as outras, ele, em linguagem popular, "não está nem aí".
Francisco, pois, para mim, não é um Papa, pois a palavra significa "Pai". E um pai de verdade não escolhe os filhos. Prefiro até chamá-lo de Bergoglio.
O MEU Papa está velhinho, combalido e, desconfio, amargamente arrependido de ter convocado o Concílio que entronizou Bergoglio na Santa Sé, vendo a interminável fileira de malfeitos engendrada por ele.
E vocês, meus amigos católicos mais "respeitadores", ainda querem que eu censure críticas a Bergoglio em minha página por causa de uma brincadeira anódina sobre cachaça?
Jamais. O que posso fazer é dizer o que esse Papa realmente tem feito de execrável.
Não haverá dano. Grave é calar-se ante infâmias só porque quem as comete porta o Báculo Pontifical. E assim propiciar sua continuidade.
A Igreja sobreviveu a Papas como Júlio II e Alexandre VI.
Sobreviverá a Francisco.
O qual, daqui a alguns séculos, será lembrado por coisas infinitamente piores do que piadas de mau gosto.