Sobre o passamento de Bergoglio, muitos questionam o que deveria servir como reflexão, não como sentença. Como humano, foi um homem de acertos e erros realmente contestáveis por querer generalizar uma situação vivida na sua origem.
O papa acertou em tentar treze a igreja aos mais pobres, em acolher mulheres para decisões da igreja, em dar comunhão para pessoas discriminadas por sua condição diante de uma sociedade presa a preconceitos que, muitas vezes, confunde com princípios que seriam inegociáveis se não se tratasse de desrespeito ao ser humano, suas escolhas, suas opiniões. Assim como os pretensos defensores de tais grupos nada fazem para minimizar os efeitos desses preconceitos. Ao contrário, estimulam o revanchismo que cada vez mais afasta e gera hostilidade... quando não serve como pretexto para justificar atentados contra a vida e ao extermínio de povos, como desde o início dos tempos fazem contra o povo judeu.
Assim também fez Bergoglio, não Francisco, pois ao invés de agregar, polarizou, pelo simples fato de chegar ao ponto de não apenas acolher os vulneráveis, mas extrapolou ao relativizar governos ditatoriais e corruptos, apenas por afinidade ideológica, enquanto desprezou e, em algumas ocasiões, demonstrou, com gestos e palavras, rancor pelos opositores desses mesmos tiranos e desrespeito aos que discordam da ideologia que, sutilmente ou nem sempre, pregou durante seu papado.
Porém, se Deus iluminou quem o escolheu para tão nobre missão, certamente teve um propósito, mas tenha piedade de nós e que tenhamos um novo líder conciliador, imparcial, que não atenda apenas aos anseios de um espectro da sociedade e que resgate a espiritualidade tão carente numa instituição que vem priorizando a política partidária.