sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Como uma desconhecida venceu um candidato brilhante?


O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) usou o Twitter nesta sexta-feira (30) para reclamar que ele e o ex-governador José Serra (São Paulo) foram "ignorados" pelo diretório do PSDB em São Paulo na propaganda política da legenda.
Nunes disse que não foi consultado sobre as peças publicitárias que estão sendo exibidas.

"Resolvi passar recibo publicamente porque sequer fui consultado a esse respeito.
Há quase uma década sem representação no Senado, o PSDB paulista me ignorou na propaganda política que está no ar"
, disse o tucano no microblog.

E completou: "A propaganda do PSDB ignora também o líder político com a trajetória e o prestígio popular de @joseserra_ [referência ao perfil do ex-governador]. Vamos bem assim".
(Da Folha Poder)

Como era boa a nossa imprensa

Sandro Vaia

A “imprensa golpista” existe para desmoralizar o governo popular e democrático que o PT instalou no Brasil a partir de 2003 e para esconder as falcatruas dos governos neoliberais que o antecederam.

A imprensa é intrinsecamente má, não é imparcial e isenta, e precisa de “controle social” para aprender a se comportar.

A lenda urbana da imprensa golpista se tornou um tema recorrente nas redes sociais e até mesmo nas discussões aparentemente “técnicas” e acadêmicas de blogs e sites que deveriam ser dedicados a debates sobre a ontologia do jornalismo e se tornaram terreiros de panfletagem ideológica de terceira linha.

Essa imprensa é golpista por causa de sua parcialidade na publicação de denúncias de casos de corrupção que atingem o governo do PT e seus aliados.

Antes, não era assim. Antes, a imprensa era boa, participativa, democrática e comprometida com o bem. Mais do que isso: era um instrumento indispensável da luta democrática da sociedade.

Se não vejamos. A imprensa, que hoje é golpista e um elemento de dominação de classe, era boa:

1) Quando publicava denúncias sobre o esquema PC Farias durante o governo Collor.

2) Quando publicou o depoimento de Pedro Collor denunciando o esquema de enriquecimento ilícito do irmão presidente e depois quando publicou a notícia da compra da Fiat Elba com esse dinheiro e acabou com o que restava do governo Collor.

3) Quando o então deputado José Dirceu frequentava as redações e distribuía aos jornalistas amigos dossiês contra membros do governo, que então, como todos sabem, era inimigo do povo.

4) Quando era usada pelos promotores Luiz Francisco de Souza e Guilherme Schelb para apresentar torrentes de denúncias não documentadas e jamais comprovadas contra ministros, parlamentares e outros membros do governo de Fernando Henrique.

5) Quando denunciava suposto tráfico de influência do secretário geral da presidência do governo FHC, Eduardo Jorge Caldas (que comprovou a sua inocência na Justiça).

6) Quando chamava de escândalo o PROER, programa de reestruturação e saneamento do sistema bancário brasileiro, cuja eficiência e oportunidade veio a ser reconhecida indiretamente pelo presidente Lula, anos mais tarde, ao gabar-se da solidez do sistema bancário brasileiro durante a crise do sistema bancário internacional.

7) Quando publicava páginas e mais páginas reproduzindo grampos ilegais da conversa entre o então ministro das comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros e dirigentes do BNDES sobre supostos arranjos para favorecer candidatos no processo de privatização das telecomunicações, mais tarde reconhecidos pela Justiça como destinados a obter resultados mais favoráveis ao erário público.

8) Quando publicava notícias sobre compra de votos para aprovação da emenda da reeleição de Fernando Henrique Cardoso para a presidência da República, sobre escândalos do Sivam, rombo na Sudene, desvios no Fundef, etc. etc. etc.

Esses são apenas alguns exemplos de quando a imprensa era boa e não era golpista. Todas as denúncias, verdadeiras ou não, eram publicadas com a mesma fluência com que são publicadas agora. Naquele tempo, a imprensa era boa, republicana e imparcial. Hoje é ruim, golpista e um instrumento de classe.

Mudou a imprensa ou mudaram os corruptos?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Homem condenado à morte por ser cristão

Este homem foi condenado à morte no Irã por ser cristão.
Ele pode se salvar: basta renunciar a Cristo

Por Reinaldo Azevedo

Pastor Yousef Nadarkhani, condenado à morte no Irã.
Motivo: ele é cristão


Não há um só país de maioria cristã, e já há muitos anos, que persiga outras religiões.
Ao contrário: elas são protegidas.

Praticamente todos os casos de perseguição a minorias religiosas têm como protagonistas correntes do islamismo — ou governos mesmo.
Não obstante, são políticos de países cristãos — e Barack Obama é o melhor mau exemplo disto — que vivem declarando, como se pedissem desculpas, que o Ocidente nada tem contra o Islã etc. e tal.
Ora, é claro que não!
Por isso os islâmicos estão em toda parte.

Os cristãos, eles sim, são perseguidos — aliás, é hoje a religião mais perseguida da Terra, inclusive por certo laicismo que certamente considera Bento 16 uma figura menos aceitável do que, sei lá, o aiatolá Khamenei…

O pastor iraniano Yousef Nadarkhani foi preso em 2009, acusado de “apostasia” — renunciou ao islamismo—, e foi condenado à morte.
Deram-lhe, segundo a aplicação da sharia, três chances de renunciar à sua fé, de renunciar a Jesus Cristo.
Ele já se recusou a fazê-lo duas vezes — a segunda aconteceu hoje.
Amanhã é sua última chance.
Se insistir em se declarar cristão, a sentença de morte estará confirmada.

Seria a primeira execução por apostasia no país desde 1990.
Grupos cristãos mundo afora se mobilizam em favor de sua libertação.

A chamada “grande imprensa”, a nossa inclusive, não dá a mínima.

Um país islâmico eventualmente matar um cristão só por ele ser cristão não é notícia.
Se a polícia pedir um documento a um islâmico num país ocidental, isso logo vira exemplo de “preconceito” e “perseguição religiosa”.

Yousef Nadarkhani é um de milhares de perseguidos no país.
Sete líderes da fé Baha’i tiveram recentemente sua pena de prisão aumentada para 20 anos.
Não faz tempo, centenas de sufis foram açoitados em praça pública.
Eles formam uma corrente mística do Islã rejeitada por quase todas as outras correntes — a sharia proíbe a sua manifestação em diversos países.

Há no Irã templos das antigas igrejas armênia e assíria, que vêm lá dos primórdios do cristianismo.
Elas têm sido preservadas.
Mas os evangélicos começaram a incomodar.
Firouz Khandjani, porta-voz da Igreja Evangélica do Irã, teve de deixar o país.
Está exilado na Turquia, mas afirmou à Fox News que está sendo ameaçado por agentes iranianos naquele país.

Dilma jura três vezes que não fará o que fez

Por Augusto Nunes

“Então, pode ter uma outra CPMF?”, perguntou o entrevistador Carlos Nascimento, do SBT, em 1° de setembro de 2010.

“Não… Não. Eu não penso em recriar a CPMF”, negou três vezes a candidata Dilma Rousseff.

O vídeo do Implicante, um dos sucessos da série “Mentira Premiada”, inclui a justificativa tão sincera quanto uma discurseira de Lula:
“Porque acredito que não seria correto”.



No segundo vídeo, também divulgado pelo Implicante na série “Mentira Premiada”, Dilma volta ao tema dos impostos durante o debate com José Serra ocorrido em 29 de outububro de 2010.
De novo, promete que não aumentará a carga tributária.
Aproveita o tempo de sobra para jurar que fará o contrário do que anda fazendo com salários e juros.



No mesmo debate, um eleitor insistiu em saber se teria de bancar a gastança federal com mais tributos.
Confira o falatório iniciado aos 5min31:
“Agora, eu acredito que o Brasil tem de reduzir imposto”.


Nesta segunda-feira, a ministra Ideli Salvatti diz que vem aí a CPMF com outro codinome.
Haja cinismo.

‘Vassouras contra a corrupção’ são roubadas em Brasília

Eduardo Rodrigues, da Agência Estado


Ambulantes, servidores e até mesmo seguranças dos prédios da Esplanada dos Ministérios roubaram muitas das 594 vassouras nas cores verde e amarelo que desde a manhã desta quarta-feira, 28, estavam fincadas no gramado em frente ao Congresso Nacional como protesto contra a corrupção.
A organização da manifestação optou por retirar o restante das vassouras após perceber que todas acabariam sendo mesmo arrancadas, mas acabou doando outra grande parte delas às pessoas que pediram para levar para casa uma vassoura novinha em folha.

Dilma veta medida de combate à corrupção

Congresso em Foco

Se na Esplanada dos Ministérios a “faxina” de Dilma Rousseff passa a ideia de rigor contra a corrupção, na relação do governo federal com estados e municípios, a presidenta acaba de emitir um sinal inverso. Dilma vetou do texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) um dispositivo que se destinava a evitar irregularidades e desvios nos convênios da União com as prefeituras e os governos estaduais.

Ela retirou da LDO a exigência de que todos os governos estivessem com as prestações de contas em dia para receberem mais dinheiro do orçamento da União.
Os problemas nas prestações de contas podem ser sinais de uso irregular ou até desvio de verbas públicas.

Como mostrou o Congresso em Foco no ano passado, apenas sete estados, a maioria da base aliada, receberam R$ 235 milhões mesmo “sujos” com o governo federal.
Ou seja, ou não prestaram contas sobre se usaram corretamente o dinheiro, ou fizeram isso fora do prazo, não apresentaram documentos exigidos, ou eram investigados por tomadas de contas.
Até hoje, os repasses continuam sendo feitos.
(continua)

Taxa de desemprego superior aos dos países em crise

Taxa de desemprego é de 10,9% em agosto, segundo Dieese
No blog do Cláudio Humberto

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou nesta quarta (28) a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), que revela uma taxa média de desemprego de 10,9% em agosto nas sete regiões pesquisadas.

A ação foi feita em conjunto com a Fundação Seade e, segundo as intituições, a taxa permaneceu estável sobre julho, quando chegou a marca de 11%.
De acordo com o estudo, a estabilidade já dura 5 meses seguidos.
Só em agosto, 2,4 milhões de pessoas estavam desempregadas.
A pesquisa é realizada nas regiões de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

As mulheres que a primeira presidente prefere não escutar



Devemos ter medo de Dilma Dinamite?

ELIANE BRUM - Época

Antonia Melo é uma mulher forte, reta.
O Brasil não sabe, porque ela vive bem longe do poder central, mas todos nós temos uma dívida histórica com Antonia que há décadas luta pelos direitos humanos e pelo desenvolvimento sustentável em uma das regiões mais conflagradas da Amazônia.

Hoje, Antonia é uma das principais vozes contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte – a maior e mais controversa obra do PAC.
É neste ponto que a história de Antonia Melo cruza com a de Dilma Rousseff, que mesmo antes de ser presidente era chamada por Lula de “mãe do PAC”.

Em 2004, as lideranças da região do Xingu, na Amazônia, foram surpreendidas pela informação de que os boatos eram verdadeiros: apesar do compromisso assumido no programa do candidato Lula e contra todas as promessas de campanha, o projeto de Belo Monte estava na mesa de Dilma Rousseff, ministra de Minas e Energia.

O deputado federal Zé Geraldo (PT-PA) convidou então um grupo de lideranças para uma audiência com a ministra, em Brasília, onde poderiam expor suas preocupações.
Lula havia sido eleito com o apoio maciço do movimento social do Xingu e, neste momento, era fácil acreditar que seriam bem recebidos.
E, principalmente, escutados.

(...)Antonia viajou a Brasília para compor o grupo de lideranças que se encontraria com a ministra.
O que aconteceu ali eu escutei da sua boca, recentemente, quando estava na sua casa, em Altamira, para entrevistá-la.

Os olhos de Antonia se encheram de lágrimas e sua voz embargou.
Fiquei pensando no que poderia causar tanta dor àquela mulher que enfrentava grileiros de peito aberto, já havia sido ameaçada de morte e perdera vários companheiros assassinados por pistoleiros.
Só depois de ouvir o relato compreendi que, para alguém com a dignidade de Antonia Melo, o sentimento de ser traída poderia ser devastador.
Foi isso que ela me contou, enquanto um dos seus netos pequenos dormia no quarto.

- Quando chegamos à audiência, a Dilma demorou um pouco para aparecer.
Aí veio, com um cara do lado e outro do outro, como se fosse uma rainha cercada por seu séquito.
Nós estávamos ali porque, se era desejo do governo estudar esse projeto, queríamos ter certeza de que seria um estudo eficiente, já que sabíamos que todos os estudos feitos até então eram uma grande mentira, sem respeito pelos povos da floresta nem conhecimento do funcionamento da região.
Então, já que o governo queria estudar a viabilidade de Belo Monte, que o fizesse com a seriedade necessária.
A Dilma chegou e se sentou na cabeceira da mesa.
O Zé Geraldo nos apresentou e eu tomei a palavra.
Eu disse: "Olha, senhora ministra, se este estudo vai mesmo sair, queremos poder ter a confiança de que será feito com seriedade”.
Assim que eu terminei essa frase, a Dilma deu um murro na mesa.
Um murro, mesmo.
E disse: "Belo Monte vai sair".
Levantou-se e foi embora.


Quando Antonia Melo terminou seu relato, compreendi que sua emoção se devia à lembrança da humilhação sofrida e à descoberta do autoritarismo do governo que ela tinha apoiado.

Lembrei-me deste episódio ao ler a reportagem da revista americana Newsweek, da semana passada, que tem Dilma Rousseff na capa, fato amplamente comemorado como um triunfo feminino.
Na chamada de capa, o título é: “Dilma Dinamite: Onde as mulheres estão vencendo”.
Dentro, o perfil da presidente brasileira tem o seguinte título: “Não mexa com Dilma”.

Ao ver Dilma Rousseff discorrendo na ONU, em Nova York, sobre as vantagens da ascensão das mulheres ao poder, pensei imediatamente nas mulheres que a presidente não escuta no Brasil.
Entre elas, as mulheres do Xingu.


Sobre Dilma Rousseff, a editora-chefe da Newsweek, Tina Brown, disse à coluna de Monica Bergamo, na Folha de S. Paulo: “Dilma, e não Lula, é hoje o político alfa do Brasil”.
Como mulher, esse papo de “alfa” me dá um pouco de sono.

É tão masculino, não no sentido dos homens interessantes que estão surgindo nesta época, mas no sentido John Wayne dos trópicos.

Na cultura colaborativa que está nascendo, nada menos moderno do que achar inovador uma mulher alfa.
Quando as empresas e também os governos têm o desafio de se horizontalizar, valorizar os aspectos autoritários de uma liderança, seja ela um homem ou uma mulher, é manter o debate em marcha a ré.
(...)

Antes, em evento na ONU sobre a participação das mulheres na política, ao lado de Hillary Clinton e Michelle Bachelet, Dilma afirmara:
"As mulheres são especialmente interessadas na construção de um mundo pacífico e seguro.
Quem gera vida não aceita a violência como meio de solução de conflitos".


Com todo o respeito, isso é uma enorme bobagem.
Alguém acredita que as mulheres são menos violentas que os homens?
Podem ser, por questões históricas e culturais, violentas de uma forma diferente.
Mas até isso não é muito preciso.

E mais estranho soa quando é dito por uma mulher conhecida por destratar seus subordinados a ponto de levar alguns às lágrimas e dá murros na mesa como qualquer chefe bruto que ninguém quer ter não por ser exigente, mas porque berrar com alguém é desrespeitoso – e, como as empresas já começam a aprender, improdutivo.

E, neste caso, pouco importa se o destempero seja praticado por um homem ou uma mulher.
Há um bom tempo, esse tipo de comportamento deixou de ser confundido com firmeza e autoridade, independentemente de gênero.

Outro aspecto raso dessa afirmação sobre as mulheres e a geração da vida se evidencia no fato de que vivemos um momento histórico onde os homens estão sendo chamados a ocupar seu lugar na educação e no cuidado dos filhos.
Neste momento, valorizar a biologia na gestação da vida como algo que tornaria as mulheres mais aptas a governar apenas por serem mulheres é um tanto arcaico.
Gerar a vida vem ganhando significados mais profundos no mundo complexo e com fronteiras menos definidas em que temos o privilégio de viver.
(...)

Ana Alice Santos migrou do Paraná, onde trabalhava como doméstica desde os 6 anos de idade, para a Amazônia, onde se tornou agricultora.
Ela me contou sua experiência com Dilma Rousseff comendo um cacau diante de sua casa cercada por floresta.
E em nenhum momento foi possível esquecer que, se a sociedade não se fizer ouvir, toda a vida ali será afogada em breve por Belo Monte.

- Eu votei na Dilma.
E a maior decepção que eu tive foi o diálogo que ela não teve com a gente.
Em março, no mês das mulheres, nós fomos até Brasília: 1.800 pessoas.
E ela não nos recebeu.
Mostrou que não dá importância nenhuma para as mulheres da Amazônia.
Chamaram até a tropa de choque, mas a gente saiu pacificamente.
Fomos para conversar, não para brigar.
Saímos derrotadas, mas tentamos de novo entre o final de abril e o início de maio.
E ela mandou alguém da Casa Civil pegar o documento que trazíamos.
Viajamos três dias e duas noites.
E a presidenta não nos escutou.
Foi quando decidi não votar mais.
Não compensa você votar em quem não te representa.
Não compensa votar numa presidenta que é uma vergonha para as mulheres.
Porque nós, mulheres, tínhamos de fazer a diferença.
E como a Dilma está fazendo a diferença?
Matando as mulheres da Amazônia?
Matando os seres humanos que aqui sobrevivem?
Matando a nossa floresta, as nossas espécies dentro do rio?
Esta presidenta mulher está matando a nossa vida ao matar o Xingu.



Em seu discurso histórico na ONU, Dilma Rousseff afirmou:
“Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje”.

Ao ouvir essa parte do discurso, pensei que era de mulheres como Antonia Melo e Ana Alice que Dilma falava em sua retórica politicamente correta.
E que deveria dar minha contribuição para que essas vozes que tentam alcançar Dilma, mas que por ela têm sido repelidas, pudessem ser escutadas – se não pela presidente, pelo menos pela sociedade brasileira.

Vozes das mulheres do Xingu, cuja vida, a cultura e o futuro dos filhos estão ameaçados pela política para a Amazônia da “mãe do PAC”.

Gostaria que a primeira mulher presidente botasse em prática no Brasil o que disse nos Estados Unidos:
Não por ser mulher, mas porque dignidade não depende de gênero.

Lobista honoris causa

Interview with Lula from Sciences Po on Vimeo.

No CoroneLeaks

O vídeo não deixa dúvidas sobre os objetivos da Sciences Po em conceder um título de doutor honoris causa para Lula.
Foi uma decisão de marketing.
A instituição acaba de abrir um campus em Poitier, que denomina de eurolatinoamericano.
Quem melhor do que Lula para vender vagas no continente para este novo business da escola?
Aliás, a entrevista dada por Lula é para dois alunos brasileiros.
Quantas bolsas o Brasil compra lá na Sciences Po?

No final da entrevista, Lula faz uma cobrança para Dilma: ela deve continuar tratando como prioritária a parceria com a França na área de defesa.
São os Rafales, estúpido.
Lula é, sem dúvida alguma, um lobista honoris causa.

Banco do Brasil na campanha petista, o que é isso?

BB abandona Brasília para fortalecer o PT em São Paulo
Mais informações escandalosas no blog do Cláudio Humberto

A presidência do Banco do Brasil está “fatiando” sua sede em Brasília e transferindo diretorias para São Paulo.

O objetivo é fortalecer o PT nas eleições municipais de 2012.

Após dobrar a verba de propaganda de R$ 240 milhões para R$ 420 milhões, a diretoria de Marketing vai levar mais de 70% dos cem funcionários para a capital paulista.
Ficam em Brasília o setor de “endomarketing” e parte da assessoria de imprensa, que parece ignorar tudo: diz não haver “definição” sobre a mudança.

Nossa conta

A mudança parcial do Banco do Brasil atende a conveniência política e até pessoal de diretores paulistas.
Mas o custo será nosso, e é secreto.

Lorota oficial

A justificativa oficial do BB para a transferência é a de que o mercado financeiro “está concentrado em São Paulo”.
Mas é só uma lorota.

A diretoria de Mercado de Capitais do BB trocará a sede de Brasília por duas instalações, maiores e mais caras, em São Paulo e no Rio.

ONG poupa quem financia a CORRUPÇÃO

CORRUPÇÃO: ONG oportunista

No blog do Cláudio Humberto
A ONG Rio de Paz e o grupo que promoveu a marcha contra a corrupção em Brasília em 7 de setembro, reproduziram o protesto realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, e fincou 594 vassouras em frente ao Congresso Nacional na noite de ontem (27).

No Rio, pelo número de vassouras coincidir com o de parlamentares, o protesto insinuava que a corrupção é algo restrito ao Congresso.
Em Brasília, os organizadores amarelaram: afirmam que o objetivo é "mobilizar" deputados e senadores sobre a faxina contra a corrupção.

Mas eles não fazem qualquer alusão aos casos de ladroagem ocorridos no governo Dilma Rousseff, que resultaram inclusive na demissão de quatro ministros.

O advogado Audo Ferreira, um dos organizadores, confirmou que cada vassoura representa um parlamentar.
Há 81 senadores e 513 deputados no Congresso.
Nenhuma vassoura representa as denúncias de ladroagem no governo do Rio ou no governo federal, nem mesmo os ministérios cujos titulares foram demitidos sob suspeita de irregularidades, como Antônio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo).

Talvez porque os governos de Sérgio Cabra e de Dilma financiam ações de ONGs como a Rio de Paz.

Brasil na contramão do futuro

Produção de açúcar e álcool cai 31%

As usinas de açúcar e álcool do centro-sul do país tiveram a produção de álcool hidratado (usado em veículos) diminuídas em 31,13% no acumulado do ano, quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Segundo Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a frota de carros flex do Brasil cresceu 103,84%, o que aumentou a demanda por álcool.

Com a queda na produção de hidratado, 4,28 bilhões de litros deixaram de ser levados aos postos.
Segundo a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), a redução se deve ao baixo rendimento da moagem de cana-de-açúcar.
As usinas estão priorizando a produção de álcool anidro para evitar o desabastecimento.

"Tínhamos que colocar mais 11 bilhões de litros de álcool hidratado no mercado, mas houve a quebra da safra", disse Sergio Prado, representante da Única.

Informações da Folha de São Paulo.

QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO

QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO
No blog do Cláudio Humberto
Portugal (por Jorge Oliveira)

Portugal não produz uma gota de petróleo, seus rios não geram energia e tudo que consome importa.
É um pais dependente de energia e, por isso, sofre mais com a crise que se alastra pela Europa.
Analistas acreditam aqui que Portugal só sairá do sufoco em 2013, quando as medidas tomadas pelo governo fizerem efeitos: congelamento dos salários dos servidores públicos, aumento dos impostos, cortes nas despesas e extinção de empresas estatais obsoletas.

Por causa dessa deficiência energética que deixa o país dependente do Brasil e de Angola, responsáveis por 50% do petróleo que consome, é que Portugal, ao contrário de outros países autossuficientes, vem desenvolvendo como pode alternativas energéticas para enfrentar o futuro.

Por exemplo, é exportador de tecnologia de energia solar, que abastece minimamente o país – obriga hoje todos os prédios em construção a instalar equipamentos solares – e desenvolve com grande sucesso veículos movidos a energia elétrica, antipoluente, mais econômico e alternativa prática de redução dos derivados do petróleo como gasolina e óleo diesel.

Os carros elétricos começaram a ser fabricados em escala industrial em julho de 2010, quando os primeiros “Little Tour” foram montados e exportados para França, parceira de Portugal na montagem dos carros, com autonomia para 100 quilômetros e de quatro a seis horas para carregar as baterias nos mais de 300 pontos já instalados no pais.
Os primeiros veículos, da Norchapa (francesa) e a ISA (Coimbra) chegam ao consumidor ao preço de 15 mil euros (cerca de 40 mil reais), depois de um investimento de 2 milhões de euros na execução final do projeto.

Com a instalação de postos de carregamento, carros elétricos de outros países da Europa também já circulam normalmente em Portugal.

O Brasil, um dos mais privilegiados no mundo em fontes naturais de energia, na prática desacelerou o desenvolvimento dos seus projetos alternativos, baseando as suas matrizes apenas no petróleo e nas hidrelétricas.

Na década de 1970 quando sofreu as consequências do racionamento de energia, foi quem mais criou soluções alternativas como a eólica, solar, álcool combustível e até... a nuclear.
Hoje, na contramão do futuro, abusa da fartura.

Prioridades

Merval Pereira, O Globo

Enquanto o debate sobre a necessidade ou não da criação de um novo imposto para financiar o sistema de Saúde do país vai se desenrolando, vai ficando cada vez mais evidente que se está discutindo uma questão de escolha, de prioridades.

Os dados mostram que o governo, de uns anos para cá, reduziu o que gastava com a Saúde e aumentou a verba para os programas assistencialistas.

Ora, o governo define suas prioridades no Orçamento da União que envia para o Congresso todos os anos, e se for aprovada a decisão de gastar 10% na Saúde, como define o texto original da Emenda 29, terá que redistribuir as verbas.

A presidente Dilma não gostou da declaração da ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais — que é quem, em última análise, terá que negociar com os partidos a eventual criação do novo imposto —, dando como certa a sua criação.

Embora a declaração reflita o que o governo pensa, os articuladores palacianos acham que a ministra não deveria ter sido tão explícita com tanta antecedência, pois provocará reações.
(...)

Se a Saúde é o problema número um do país, por que se gasta mais em outros setores?

Nos últimos 10 anos, de acordo com reportagem do jornal "Folha de S. Paulo", o governo alterou suas prioridades, aumentando as verbas para os programas assistencialistas de distribuição de rendas, turbinadas por reajustes do salário mínimo e programas como o Bolsa Família, e reduzindo as verbas destinadas à Saúde.
(...)

O novo imposto da Saúde, de acordo com os cálculos governamentais, recolheria pouco mais de R$ 45 bilhões ao ano, mas na última vez em que cobraram o CPMF, foram recolhidos 36 bilhões.
O que quer dizer que o governo está querendo não apenas criar um novo imposto, mas aumentar a mordida no bolso do contribuinte.

Íntegra AQUI.

Reforço de caixa

DORA KRAMER

A reforma política que o PT está propondo à Câmara dos Deputados e que o ex-presidente Lula já encampou como bandeira de luta serve ao partido do poder, mas não serve ao eleitor nem serve para mudar, muito menos para melhorar, o sistema eleitoral vigente no País.

Em alguns aspectos, piora, e por isso é de suma importância que a sociedade se engaje nessa discussão com a mesma disposição com que se alistou no debate sobre a Lei da Ficha Limpa.
(...)

A dita reforma política engendrada pelo PT é desses assuntos que requerem toda atenção do público.
Mais não fosse porque mexe no bolso de todos.


São dois os pontos principais: a instituição do voto em lista mitigado mediante um confuso método misto de escolhas partidárias e nominais e o financiamento das campanhas eleitorais.

Não há no horizonte da proposta nada que favoreça a correção do sistema representativo.
O foco é dinheiro e poder.


Quando o PT fala em financiamento público de campanha busca construir um álibi para o julgamento do processo do mensalão no Supremo, baseado no principal argumento da defesa de que não houve corrupção, mas apenas adaptação do partido às exigências impostas pela realidade que obriga partidos e candidatos recorrerem a dinheiro de caixa 2.

Mas não é financiamento público de fato o que propõe o partido.

É a constituição de um fundo partidário composto por dinheiro do Orçamento da União, a ser abastecido também por doações de pessoas físicas e jurídicas.

E sem o limite determinado.

Hoje as pessoas físicas podem doar o equivalente a até 10% da renda declarada no IR e as jurídicas até 2% do faturamento anual.

Ou seja, ao sistema atual (piorado) acrescenta-se o financiamento público.

De quanto? O TSE determinaria o montante, segundo o projeto.
Mas, é possível fazer um cálculo aproximado, com base nos R$ 7 por eleitor já propostos em outras ocasiões.

Levando em conta os 135 milhões de eleitores registrados em 2010, teríamos quase R$ 1 bilhão reservado do Orçamento às campanhas.
Somado aos atuais R$ 300 milhões do Fundo Partidário e aos cerca de R$ 800 milhões resultantes da renúncia fiscal das emissoras pela transmissão do horário eleitoral gratuito, o gasto público com os partidos ultrapassaria os R$ 2 bilhões.

Isso sem garantia de que não haveria caixa 2.

As doações do fundo dito público seriam distribuídas da seguinte maneira: 5% igualmente a todos os partidos, 15% a todas as legendas com representação na Câmara dos Deputados e 80% divididos proporcionalmente ao número de votos obtidos na eleição anterior.

Ou seja, os maiores partidos de hoje levam a maior parte do dinheiro, o que assegura que continuem sendo os mais fortes.
Favoreceria o PT e o PMDB.

Garantida a parte do leão, a distribuição interna entre candidatos só dependeria de um acerto prévio entre as direções e as empresas interessadas, exatamente como é feito hoje.

Os beneficiados? Os eleitos pelas cúpulas do partido para integrar a lista fechada.

Por esse sistema o que se teria cada vez mais é a submissão dos parlamentares às respectivas direções, que, no caso dos partidos no poder, significa dizer o governo.

Ah, mas há a possibilidade de se eleger nominalmente metade dos deputados.
Por qual sistema?

Diz a proposta: "Dividir-se-á a soma aritmética do número de votos da legenda dados à lista partidária preordenada e dos votos nominais dados aos candidatos nela inscritos pelo número de lugares por eles obtidos, mais um, cabendo ao partido ou coligação que apresentar a maior média um dos lugares a preencher".

Não deu para entender? Pois é, pelo jeito essa é a ideia.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Basta de sonháticos, o mundo precisa de "REALIZÁTICOS"


Num cenário sobre o acelerado crescimento mundial da última década, a China se destaca como uma das economias que mais crescem no planeta.
Porém, essa conquista se deve à sua entrada na economia de mercado, ajustando-se ao mundo globalizado.
O governo chinês reformou a economia do país, que passou de uma economia bastante fechada ao comércio internacional, para uma economia de mercado, que tem um setor privado em rápido crescimento e que desempenha um papel fundamental na economia global.
Desde que foram introduzidas, estas reformas ajudaram milhões de pessoas a saírem da pobreza, cujo índice encolheu de 53% em 1981, para apenas 8%.

Na contramão, os três países com mais problemas econômicos da Europa têm governos socialistas: Grécia, Portugal e Espanha, as três economias mais doentes da União Europeia.

Crise internacional não serve de desculpa para a herança socialista

É uma casualidade ou é o socialismo no poder a causa principal do desastre?
Vendem a ideia de que a direita cria riqueza e a esquerda a reparte.

A imagem da esquerda atual não é de uma repartidora de riqueza, senão de gente que convive com a corrupção, os privilégios do poder e esbanjamento, o que representa uma forte aposta para o fracasso e a ruína dos povos.

A China começou a repartir sua riqueza somente quando aderiu ao sistema capitalista.

Enquanto isso, o socialismo retrocede em toda a Europa.
As causas da derrocada socialista são muitas, porém destacam-se três: a corrupção, a péssima gestão da economia e o abandono dos princípios e doutrinas que faziam da esquerda a defensora dos mais humildes e despossuídos.

A matéria, O Grande Fracasso do Socialismo na Europa, por Francisco Rubiales, aborda esse tema e traz mais informações sobre o regime que está em queda na Europa.

No caso do Brasil, o governo no poder há quase uma década se fartou com as conquistas herdadas de governos anteriores, usurpou o Plano Real e os programas sociais, usados como seus na propaganda oficial e repercutido de maneira desonesta por setores da midia.
Na verdade, a gestão petista se sustenta apenas no discurso, porém, na prática, vem destruindo os fundamentos econômicos e sociais construídos por antecessores.
A aparente continuidade do modelo que estabilizou a economia do país ignora a importância do investimento em ítens fundamentais para o desenvolvimento, como educação, qualificação e produção.
Para criar uma sensação de prosperidade, o governo priorizou o consumo, desorientando um povo que recebe salários vergonhosos.

Mas o que não se divulga já é realidade e qualquer cidadão comum pode constatar, estamos seguindo o mesmo caminho dos países socialistas europeus, farra com dinheiro público, corrupção endêmica, péssima gestão econômica, população desassistida, baixo investimento em setores prioritários, como saúde, segurança e educação, entre outros fatores que identificam a política brasileira com o que está acontecendo na Europa.

A matéria de Rubiales destaca que as mentiras, as amizades totalitárias, a baixa qualidade da democracia e a nefasta gestão da crise estão provocando um repúdio generalizado às políticas falsas e truculentas que demonstram cada dia o quanto são ineficientes.
Esse fato vem sendo notado em países como a Espanha, mas não tardará para que o brasileiro também tenha a mesma percepção.
Líderes que um dia representaram a esperança, hoje estão convertendo Nações prósperas em países desmoralizados e sem futuro, onde a pobreza avança junto com outras mazelas como a prostituição, a corrupção, o consumo de drogas e a intervenção do poder político na vida dos cidadãos.

É nítida a semelhança com o que acontece atualmente na América Latina, incluindo o Brasil.

Os programas sociais implantados no governo FHC, apesar da rejeição dos petistas à época, têm aliviado a questão da miséria, mas a diferença quanto à reação do povo é que o europeu tem referências, já usufruiu de um sucesso econômico verdadeiro que agora vê despencar.
Não é o caso do brasileiro, nosso povo não teve uma experiência significativa que pudesse servir como parâmentro, estamos acostumados com padrões modestos no estilo de vida e na qualidade dos serviços públicos, portanto, poucos têm noção do quanto poderíamos ter avançado nessa última década de intenso crescimento mundial se tivéssemos no poder um governo competente e responsável.

Infelizmente, o único fator que avançou foi o acesso ao crédito e quem mais se benificiou com essa medida foi o setor financeiro que nunca faturou tanto e nunca teve tantas garantias como as oferecidas pelas operações com o crédito consignado.
Quanto ao povo, iludido com a facilidade para consumir, foi conduzido de forma leviana para a armadilha do endividamento irresponsável.

Faltou a preocupação com o cidadão, campanhas educativas faziam-se necessárias, mas o que vimos foi o trabalhador fisgado nas teias do mercado, estimulado a gastar sem critério.
Nesses casos, o mau exemplo e a péssima influência de lideranças sem escrúpulos serviram como sedutores de consciências.
Valia lembrar DAQUELE que nos ensinou a resistir às tentações de quem promete o mundo mas nos tira a alma, pena que muitos não aprenderam.

Bolha de endividamento


Matéria sobre o fenômeno do endividamento dos brasileiros

O MUNDO está melhorando

O CoroneLeaks traduziu um texto de Andrés Oppenheimer, ¿El mundo está mejor o peor?, alertando seus leitores para que não caiam na conversa da esquerda que prega o pior dos mundos na economia mundial.
Exatamente o que fizeram no Brasil os pregadores do "quanto pior, melhor", enquanto sucessivos governos estabeleciam programas que promoviam a sustentabilidade de nossa economia.
São os mesmos que rasgaram seu discurso e colheram valorosos frutos plantados e cultivados anteriormente e deram continuidade ao que tanto combateram.

Pregam o fracasso do capitalismo, tentando implantar o socialismo global.
Há um estudo que diz, apesar da onda de pessimismo, que o mundo está cada vez melhor.

O mundo está cada vez mais rico, mais saudável, melhor educado, mais pacífico, melhor conectado e a gente vive mais tempo, diz o estudo, mas lembra que apesar de todos este sinais de progresso, a metade do mundo é potencialmente instável.

O articulista, cita, então, alguns fatos notórios do progresso global nos últimos 25 anos que comprovam um fato da realidade, o mundo está melhorando.

Texto na íntegra, em espanhol, AQUI.
Trecho traduzido AQUI.

Confissão de incompetência administrativa

Por Álvaro Dias

O governo pela palavra de sua principal porta-voz, ministra Ideli Salvatti, anuncia que deseja criar novo imposto para custear a saúde pública no país.

Além de afronta aos brasileiros, trata-se de confissão de incompetência administrativa.

A Receita Federal comemora recordes consecutivos.
A arrecadação cresce em relação a períodos anteriores e também proporcionalmente ao PIB.
Os recursos para a oferta de serviço de saúde pública de qualidade são transferidos generosamente pelos contribuintes que suportam incrível carga tributária, uma das maiores do mundo.

A questão não é dinheiro e sim ausência de competência, organização e honestidade.

A desorganização visível e os desvios bilionários colocam a saúde na UTI e o caos dramático empurra brasileiros desassistidos para a morte.
No Senado vamos resistir à ideia do novo imposto.
No arcabouço da regulamentação da Emenda 29.

Tentaremos restabelecer a forma original da proposta definindo os percentuais: 10% da União, 12% dos Estados e 15% dos Municípios.
O texto aprovado pela Câmara reduz a participação da União em mais de 30 bilhões já no primeiro ano.


Mais informações na Agência Senado.
Veja a entrevista:

Confissão de incompetência administrativa from Alvaro Dias on Vimeo.

Pra que gastar fortunas com campanha política?

A verdade insofismável é que Dilma é ruim de serviço e angaria algumas simpatias só por não ser Lula.
É um bom motivo, claro!, mas insuficiente.
E a oposição baba na gravata

Por Reinaldo Azevedo

Reportagem de ontem de O Globo mostrou que o governo federal executou só 0,5% do programa “Minha Casa, Minha Vida” e que a liberação de recursos para algumas das principais promessas de Dilma Rousseff para este ano não chega a 10%.
(...)

Já demonstrei que, no ritmo que o governo federal entrega as casas, serão necessários 26 anos para cumprir a promessa dos 3 milhões de moradias.

Ontem, a Folha noticiou que, na base da pura canetada, a Infraero aumentou o número de passageiros/ano dos 13 aeroportos da Copa em estupendos 107 milhões.
Foi assim, num estalo de dedos: “Ooops, erramos as contas!”

Ruim de serviço
A verdade insofismável é que Dilma é ruim de serviço pra chuchu.
Já era, não custa lembrar.

1 - Foi a gerentona no governo Lula e assistiu impassível ao estrangulamento dos aeroportos. Nada fez!

2 - O marco regulatório que inventou para a privatização das estradas federais não conseguiu fazer o óbvio: duplicar rodovias, melhorar o asfalto, diminuir o número de vítimas.
Cobra um pedágio “barato” para oferecer serviço nenhum.
Ou seja: é caro demais! Um fiasco completo!


3- O Brasil foi escolhido para a sede da Copa do Mundo há 47 meses.
Em apenas nove, de abril a dezembro de 2010, ela esteve fora do governo.
Era a tocadora de obras de Lula e é a nº 1 agora.
E o que temos?
Seu governo quer uma espécie de AI-5 das Licitações para fazer a Copa.
Quanto às obras de mobilidade, Miriam Belchior entrega o jogo: melhor decretar feriado.


4 - Na economia, há um certo clima de barata-voa.
A elevação do IPI dos carros importados é um sinal de que estão seguindo a máxima de que qualquer caminho é bom para quem não sabe aonde vai.
O único que vai perder é o consumidor…


5 - Na seara propriamente institucional, Dilma deixa que prospere o debate da reforma política como se ela não tivesse nada com isso.

6 - Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais, afirma que o governo vai tentar, sim, um novo imposto para financiar a Saúde — a presidente prometeu de pés juntos que o governo não recorreria a esse expediente.

7 - As promessas na área social para seu primeiro ano de governo naufragaram.
Não vai entregar as UPAs, as quadras, as casas, os postos policiais…


Não obstante, a presidente tem angariado algumas simpatias mesmo em setores não exatamente entusiasmados com o petismo.
É compreensível.
A gigantesca máquina de propaganda, como sempre, atua com grande competência.
Mas não responde sozinha pelo “sucesso”.

A oposição no país, excetuando-se alguns guerreiros isolados, é sofrível, beirando o patético.
Como a presidente pôs na rua alguns valentes, mais fatura ela com a “faxina” dos que seus adversários com as acusações.
Falta uma agenda — quando não sobra, sei lá como chamar, “adesismo tático” que se finge de estratégia.

(...)

Lá com os seus botões, Dilma deve pensar:

“Governar o Brasil é bolinho; nem é preciso acertar.
Enfrentar a oposição é fácil; difícil é aturar a base aliada”…

Governo atrasa projetos e não libera nem um tostão para obras contra enchentes no Rio

Verbas federais a conta-gotas

Regina Alvarez, O Globo

A liberação de recursos federais é muito lenta não só para os principais programas do governo Dilma — como foi mostrado na edição de ontem do GLOBO.
A situação é semelhante no caso de obras e serviços essenciais à população.

A três meses do início da temporada de chuvas e enchentes de verão, o programa de Prevenção e Preparação para Desastres Naturais, do Ministério da Integração Nacional, conta com investimentos de R$ 296,9 milhões no Orçamento de 2011, mas o dinheiro continua no caixa do governo.

Até o momento, o valor executado (pago), de R$ 66,3 milhões, refere-se a investimentos contratados em anos anteriores — 22,3% do total.

Essas obras de prevenção são essenciais para evitar ou atenuar tragédias que se repetem todos os anos, como deslizamentos de terra em áreas de risco.
No caso do Estado do Rio, foram reservados R$ 7 milhões para apoio a obras preventivas, mas nenhum tostão foi liberado até agora.

Para São Paulo, estão previstos R$ 33,5 milhões, destinados à implantação de reservatórios para contenção de cheias e outras obras preventivas, mas também não houve liberação de recursos.

Na área de segurança, a execução de investimentos dos dois carros-chefe do Ministério da Justiça também é mínima.
No Sistema Único de Segurança Pública (Susp), o Orçamento deste ano prevê R$ 317,4 milhões para investimentos, mas, até setembro, foram executados apenas R$ 38,8 milhões — 12% do total, incluindo os restos a pagar (despesas de anos anteriores pagas este ano).

Em relação ao Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que articula políticas de segurança com ações sociais, os investimentos diretos previstos para este ano chegam a R$ 657,7 milhões, mas esses recursos ainda não foram liberados.

Até o momento, foram pagos R$ 99,5 milhões relativos a despesas contratadas em anos anteriores.
Se comparado esse valor ao previsto no Orçamento, a execução chega a apenas 15,1%.

Já o programa de Prevenção e Repressão à Criminalidade, também do Ministério da Justiça, tem uma dotação de R$ 70,9 milhões para investimentos no Orçamento, mas apenas R$ 285,8 mil foram executados.
Com os restos a pagar do ano passado, a verba liberada chega a R$ 16,3 milhões, ou 23% do total.

Caos nos hospitais brasileiros

Comissão da Câmara constata que pacientes idosos eram mantidos nas emergências de seis hospitais
O Globo


Um levantamento feito pela Comissão de Saúde da Câmara constatou que 101 idosos que já deveriam estar internados em enfermarias permaneciam, no último sábado, em macas ou camas em seis emergências da rede municipal.

Todos já estavam no local há mais de 24 horas, período máximo que um paciente deve permanecer na emergência.
Enquanto isso, o único centro especializado no tratamento ambulatorial e na internação de idosos da prefeitura, o Instituto Municipal de Geriatria e Gerontologia Miguel Pedro, em Vila Isabel, estava operando abaixo de sua capacidade, segundo relatório da Comissão de Saúde.

- As emergências viraram depósitos de idosos - criticou o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Carlos Eduardo (PSB).

No sábado, a comissão fez vistoria ainda no Instituto Miguel Pedro e encontrou 16 leitos vazios: dez ociosos e seis interditados.
Os problemas podem ser vistos logo na entrada: o prédio não tem rampa de acesso e os idosos precisam enfrentar 36 lances de escada para chegar à portaria.
No prédio, que tem mais de um século, a fachada tem vários pontos com reboco caindo, infiltrações, fiação aparente e janelas sem vidro.
Paredes de enfermarias apresentam mofo.
Nos banheiros, há cadeiras higiênicas com marcas de fungo ou amarradas com luvas cirúrgicas.
Há ainda camas e bandejas de refeição enferrujadas e colchões rasgados.
Mais AQUI.

Infecção hospitalar no Brasil mata mais do que guerra do Vietnã

Enviado por O Globo

Nos últimos dias, a Saúde ganhou espaço na imprensa com um noticiário emblemático da grave crise do setor.
No Rio de Janeiro, a espantosa e inaceitável via crucis de um acidentado por cinco unidades da rede pública encerrou todos os elementos dessa dramática, desumana situação.

No episódio juntaram-se exemplos do desaparelhamento de hospitais e clínicas, da necessidade de melhorar o gerenciamento dos órgãos, da leniência do poder público e do desapreço de maus profissionais pela situação de pacientes (no caso, um rapaz que, com politraumatismo, saiu de Duque de Caxias e só conseguiu ser internado depois de um calvário de sete horas e 80 quilômetros, ouvindo recusas).

Na capital fluminense, deu-se também outro exemplo do caos, com o fechamento do centro cirúrgico do Hospital Pedro Ernesto, onde moscas invadiram um espaço por definição asséptico.

Vistos isoladamente, esses casos poderiam ser atribuídos apenas a ineficiências do sistema fluminense. Mas a semana virou com a revelação de outros malfeitos.
A Polícia Federal investiga irregularidades (superfaturamento, licitações suspeitas e pagamentos sem contratos) em seis hospitais federais do Rio.

E soube-se, por pesquisa da Comissão Nacional de Biossegurança, que cem mil pessoas morrem por ano no Brasil por infecção hospitalar.

São dados que nacionalizam inquestionavelmente a tragédia da Saúde.
Neste último caso, imprime-se à desgraça um viés macabro.

A estatística da comissão mostra que a cada 365 dias morrem quase duas vezes mais brasileiros em hospitais — por princípio um espaço de preservação da vida — do que o total de soldados americanos abatidos em batalhas durante toda a Guerra do Vietnã.

É apavorante o raio X que a pesquisa, divulgada pelo GLOBO, faz das condições de higiene na rede hospitalar (pública e privada).
Em média, 80% dos hospitais brasileiros não fazem o controle adequado.
Como é falho o monitoramento pelos órgãos públicos de fiscalização, chegou-se a este número por estimativa, o que significa que a dimensão do problema pode ser maior.
Há razões para acreditar que seja.

Afundada numa crise sistêmica, a Saúde coleciona um infindável histórico de demandas que deveriam ser enfrentadas com uma política capaz de mudar estruturalmente o setor.
Mas, à exceção de exemplos pontuais, não é o que se vê país afora.
E apenas piora a situação uma estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) segundo a qual infecções hospitalares atingem 14% dos pacientes internados.


É fato que políticas públicas do país não são especialmente generosas com o setor.
Pode-se destinar mais recursos à rubrica.
Mas, em vez de acabar com o drama que deixa milhões de brasileiros à margem do fundamental direito à Saúde, despejar dinheiro nesse sistema falido, sem tampar os ralos que abastecem a corrupção e premiam a inépcia, corresponderia a apostar alto num cavalo manco.

É o que pretendia a base do governo federal (cuja proposta de ressuscitar a CPMF afundou no Congresso) — avançar no bolso do contribuinte para custear programas viciados pela fraude e pela ineficiência, sem mudar radicalmente as formas de gestão do sistema, sem enfrentar o corporativismo que protege os maus profissionais e sem adotar uma série de outras providências essenciais para tirar a Saúde da UTI.
Íntegra no blog do Noblat

Turismo paralisa um dos maiores focos de roubalheira da Copa

CoroneLeaks

O Ministério do Turismo determinou, temporariamente, a suspensão da execução e do repasse de recursos de todos os convênios de qualificação de profissionais, "em especial aqueles firmados no âmbito do Programa Bem Receber Copa".
A medida foi publicada nesta segunda-feira (26) e afeta parcerias firmadas com entidades privadas sem fins lucrativos.
A decisão, assinada pelo ministro Gastão Dias Vieira, tem como justificativa um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU).
Foi determinado pelo ministério que seja feito o levantamento dos convênios em andamento e os valores acordados.


O blog, muito antes da Operação Voucher, já havia feito referência ao "esquemão" montado pela Fundação Getúlio Vargas, que recebeu R$ 3,6 milhões para "monitorar" o programa.
Estava na cara, pelos números impossíveis de alcançar com programas sérios de capacitação, que tudo não passava de uma grande picaretagem.
Os diretores serão chamados a depor e terão que devolver o dinheiro?
Não deveriam fiscalizar e não estavam sendo pagos regiamente para isso?
Ou a FGV é imune?
Esta instituição também foi aparelhada pelo lulopetismo e deve ser investigada.
Recebeu R$ 47 milhões do governo federal em 2010.

Lobby desastrado


Trapalhada põe BNDES no ramo de frigoríficos
No Claudio Humberto

Em apuros financeiros, um dos maiores frigoríficos do País, o Marfrig, vendeu nos Estados Unidos parte da Keystone Foods, comprada ano passado no plano de expansão do grupo.
O Marfrig tenta retomar sua liquidez para não entregar o grupo ao BNDESPar, que investiu R$ 1,2 bilhão para a aquisição.
Se a operação não der certo, até 2015 o bancão oficial converterá a bolada em ações, e terá 56% do frigorífico.

No vermelho
Atualmente com o saldo abaixo de zero, o Marfrig deve três vezes o valor real da empresa.
Hoje o BNDESpar domina 13,89% do grupo.

Amigos do peito
O Marfrig é de Marcos Molina, fazendeiro amigão de Lula e de Ricardo Teixeira, a quem presenteou com um helicóptero e patrocínio à CBF.

Foi Teixeira quem ajudou o grupo em lobby junto a Lula a conseguir parceria com o BNDES.
A CBF levou R$ 400 milhões em patrocínio.

Silêncio no abatedouro
O BNDESpar não comenta o caso.
O Marfrig também silenciou.
Há rumores de que o grupo venderá mais para cumprir o acordo.

PT pensa que privatizou o "Povo Brasileiro"

Não é segredo que grupos financiados por partidos políticos e, indiretamente, com dinheiro público, são especializados em difundir boatos contra adversários e costumam plantar versões que pautam muitos setores da midia.
No video abaixo, reunião reveladora que trata das principais metas do partido do governo federal: a volta da censura e a reforma política com financiamento público de campanha e voto em lista..
Observem, também, o deboche com o povo que se manifesta nas ruas contra a corrupção.
Consideram-se proprietários do povo brasileiro, portanto, julgam-se no direito de desqualificar qualquer iniciativa que não seja comandada por eles.










Video streaming by Ustream

VESTIU UMA CAMISA VERMELHA E SAIU POR AÍ....EM VEZ DE TOMAR CHÁ COM TORRADAS...CONSPIROU PARA TI

Dirceu: “Regulação da mídia é a bandeira mais importante”
Postado por Menezes - TÔ VENDO TUDO


O ex-ministro Zé Dirceu participou hoje(24/09/11) de um encontro promovido por blogueiros, em São Paulo, e criticou a “mídia em geral” – segundo ele, alinhada à “direita brasileira”, que estaria trabalhando para pregar o rótulo de corrupto no ex-presidente Lula, com a condenação dos réus do mensalão, e de uma governante anti-corrupção em Dilma Rousseff, ao elogiar a faxina.

Diante desse quadro, Dirceu afirmou;

- A regulação [da mídia] talvez seja a bandeira mais importante que nós temos nos próximos anos além da reforma política.

A REGULAÇÃO DAS MÍDIAS, REALMENTE É UMA DAS PRINCIPAIS BANDEIRAS DO PNDH-3 DO PT, QUE POUCA GENTE CONHECE!
VEJA O QUE O RENOMADO JURISTA IVES GANDRA MARTINS FALA SOBRE O PNDH-3, PRINCIPALMENTE NO QUE SE REFERE AO CONTROLE DOS ORGÃOS DE IMPRENSA! ASSISTA AO VÍDEO ABAIXO!



Dando continuidade ao Sr José Dirceu...

Para Dirceu, a resistência ao projeto elaborado pelo ex-ministro Franklin Martins parte de grupos que temem a concorrência, sobretudo com o capital estrangeiro.

Presente ao evento, o líder do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), garantiu que o ministro da Comunicação, Paulo Bernardo, enviará o projeto ao Congresso ainda este ano, como adiantou Poder Online.

Aliás, Dirceu também respondeu à comparação feita pelo deputado Paulinho da Força (PDT-SP) de que ele é “uma espécie de Che Guevara brasileiro”:

- Eu não sou o Che Guevara porque estou vivo.
Não pelas minhas qualidades, mas estou vivo.
Porque ele morreu pelas qualidades dele.
Eu, pelos meus defeitos, estou vivo porque não consegui fazer a revolução que ele fez.


#EUVOTODISTRITAL
PARA CONTINUAR LIVRE
E VOCÊ?

Gaviões negocia patrocínio da Odebrecht para Carnaval com Lula


Perrone

A Gaviões da Fiel tenta obter o patrocínio da Odebrecht para desfilar no próximo Carnaval embalada pelo samba-enredo em homenagem ao ex-presidente Lula.

Integrantes da torcida e escola de samba corintiana afirmam já terem procurado representantes da construtora e se dizem animados. Segundo torcedores-sambistas, o Carnaval exige pelo menos cerca de R$ 3 milhões em patrocínios.

A expectativa é a de que Lula sirva como isca não só para a Odebrecht, mas também para outros patrociandores.
Há quem calcule arrecadar no total R$ 5 milhões, que serviriam ainda para pagar dívidas da escola de samba.

Além de realizar uma série de obras do governo durante a era Lula, a Odebrecht se aproximou mais ainda dele por conta do Itaquerão.
O então presidente convenceu a construtora de que seria um bom negócio erguer a arena do Corinthians, seu time de coração.
Ele assinou como testemunha o contrato entre as partes.

domingo, 25 de setembro de 2011

Matéria irretocável de minha musa do jornalismo

Para trás é que se anda
Por Mary Zaidan
No blog do Noblat


Encontros com presidentes das grandes potências e um discurso na Assembleia Geral da ONU que, se não foi marcante ou inovador, teve mais elogios que críticas.
Se os dias de Nova York foram dourados para Dilma, o mesmo não se pode dizer para o país que ela governa.
Por aqui, andou-se a passos largos rumo ao atraso, muito mais perto do quinto que do primeiro mundo.

A presidente que condenou veemente o protecionismo comercial na tribuna das Nações Unidas, nem parecia a mesma que dias antes impusera o aumento do IPI para carros importados.
Além de inconstitucional – alterações de IPI só podem entrar em vigor após 90 dias -, a medida expôs a instabilidade jurídica do país, sem motivo, argumento ou lógica.

Prejudica o consumidor, afugenta novos investimentos e empregos.

Diante do protecionismo descarado do qual o país pensava ter-se livrado, os chineses da JAC avisaram: não pretendem mais construir a prometida fábrica no Brasil.

Na área social, outra bomba: o governo ampliou a bolsa-família das grávidas para até o quinto filho, com o pagamento mensal de R$ 32.

O benefício divide opiniões. Há os que dizem que o valor irrisório não é suficiente para estimular a natalidade.
Pode até ser. Mas a questão vai muito além do valor.

É um sinal deseducador, anos-luz de distância do conceito de planejamento familiar, arma poderosa contra a perpetuação da miséria.
E, como se sabe, governo se faz por símbolos e sinais.


O Judiciário não fez por menos.
Com decisão nunca antes tão célere neste país, anulou todas as provas que a Polícia Federal colheu desde 2006, autorizada em primeira instância, sobre as movimentações nada lícitas de Fernando Sarney, irmão de Roseana, filho de José.

A decisão do Superior Tribunal de Justiça transformou o Brasil em um imenso Maranhão, o estado mais atrasado, com IDH comparável ao de Biafra.

No Legislativo, a Câmara dos Deputados quase salvou a semana ao impedir o renascimento da CPMF.
Mas curvou-se ao sindicalismo barato ao aprovar a extensão do aviso prévio para até 90 dias, quando o mundo inteiro tenta desonerar os encargos dos empregadores para garantir ampliação do mercado de trabalho.

E mais: com a presença de apenas um deputado além do presidente, a CCJ aprovou, em três minutos, 118 projetos.
Demonstração inequívoca do apreço que os parlamentares têm pela tarefa legislativa para a qual foram eleitos. Algo só admissível em plagas subdesenvolvidas.

Com exemplos como esses, próximos de práticas do século 19, difícil reivindicar o papel que o Brasil almeja.
Difícil ir além do discurso para chefes de Estados verem.
Dificílimo andar pra frente.

A régua civilizatória

Por Gaudêncio Torquato


Cena pungente 1: crianças de olhos vidrados, pele e osso, e bandos de moscas passeando sobre os rostos côncavos.
O documentário na TV mostra o campo de refugiados de Badbaabo, o maior de Mogadício, capital da Somália.

Um dado arremata a lúgubre paisagem: a fome no mundo mata uma criança a cada 5 segundos.

Cena pungente 2: flagrante de um menino preparando uma pedra de crack, no centro de São Paulo (capa de O Estado, 21/09), ilustrando matéria sobre usuários da droga, que se igualam (38%) aos viciados em álcool na rede pública de saúde em cidades paulistas entre 50 e 100 mil habitantes.

Cena pungente 3: no hospital de Emergência e Trauma, em João Pessoa (PB), o vídeo mostra uma furadeira de parede sendo usada para abrir o crânio de um paciente que sofreu um acidente de moto.

As três cenas, mesmo diferentes, deixam transparecer sua origem comum, eis que são raízes da frondosa árvore da miséria com que se defronta o planeta nesse inicio de segunda década do Terceiro Milênio.

Já se disse que o mundo está dividido, hoje, em três espécies de nações: aquelas onde as pessoas gastam rios de dinheiro para não ganhar peso; aquelas em que milhões de seres comem para viver e os devastados territórios onde os famintos não sabem de onde virá a próxima refeição.

Na perspectiva do pão sobre a mesa, a visão planetária é aterradora, pois um bilhão de pessoas passa fome, ao lado de outro bilhão e meio que vive na pobreza.

Aqui, em nossos trópicos, fez-se e faz-se enorme esforço para aliviar as cotas de miséria.
Mas, é forçoso reconhecer, há, ainda, milhões de barrigas vazias, ao lado dos olhos sem vida de milhares de crianças desnutridas.

Temos, sim, um pouco de Somália resvalando pelas beiradas sociais.

Como o solo devastado extrapola a fronteira do alimento, conveniente seria que este planeta cada vez menos azul usasse um termômetro mais sensível para medir o grau de desenvolvimento dos 195 países independentes que o integram, algo como uma régua capaz de aferir se a condição humana recebe vitamina para desenvolver seus plenos potenciais.

A régua civilizatória – eis o que se propõe – teria função maior do que a de medir o Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH que compara países por vetores da economia e qualidade de vida, com base numérica entre 0 e 1.

(lembre-se que, nesse modelo, o Brasil registra 0,699, 73ª posição entre 169 países)

Nossa régua abrigaria todo o escopo dos direitos humanos fundamentais, a partir da pletora de valores éticos, morais e políticos, base da vida com dignidade, liberdade e igualdade.
(...)

Já no palanque, a expressão dos grandes atores causa arrepios:

“Político tem que ter casco duro.
Se tremer cada vez que alguém disser uma coisa errada sobre ele e não enfrentar a briga para dizer que está certo, acaba saindo mesmo”.


O ator/autor, Luiz Inácio, simplesmente sugere aos políticos envolvidos em escândalos reagir.
Não baixar a cabeça.

O mandonismo, o caciquismo, o fisiologismo e o patriarcalismo, frutos da seara patrimonialista, continuam a escapar de seu tradicional reduto para se infiltrar em outros compartimentos institucionais. A perplexidade avulta.
(...)

O Brasil, esta é outra imagem, é submetido permanentemente a uma disputa de cabo de guerra: uns puxam para a frente, outros, para trás.
O exército de vanguarda carrega o país para o futuro.
O grupo de retaguarda sustenta os feudos do passado.

Em nossas vitrines, vêem-se as mais revolucionárias ferramentas do desenvolvimento e da tecnologia.
A face moderna do Brasil - quase-potência.
Ao lado da estética de Mogadício, de crianças sem forças para verter uma lágrima.
Um território bárbaro. Um faroeste.

Ainda longe da Pátria e da Nação, habitat de civilidade, igualdade e dignidade.

Íntegra no blog do Noblat
Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP e consultor político e de comunicação

Governo amplia a capacidade dos aeroportos na base da canetada

Mudanças de "metodologia" realizam milagres em nosso país.
Com uma canetada, camadas mais pobres da sociedade passaram a fazer parte de uma "nova classe média".
Denominação que encanta os ouvintes dos discursos petistas.
Tem até economista filosofando sobre isso:

"O termo "nova classe média" foi escolhido para ter um significado positivo, "dá o sentido positivo e prospectivo daquele que realizou — e continua a realizar — o sonho de subir na vida.
Mais importante do que de onde você veio ou está é aonde você vai chegar".
A nova classe média "não é definida pelo ter, mas pela dialética entre ser e estar olhando para a posse de ativos e para decisões de escolha entre o hoje e o amanhã".


Essa é a beleza do munda da fantasia criado pelo governo do PT.
Temos os mesmos pobres de sempre, mas uma simples "sensação" os inclui na Classe Média.
A ideia agora é vender ilusão aos dirigentes da Copa do Mundo.


O governo decidiu dar uma “canetada” nos 13 aeroportos da Copa.
Segundo o plano original, as obras elevariam a sua capacidade para 150 milhões de passageiros/ano.
Sem qualquer reestruturação no plano ou promessa de mais investimento, a Infraero decretou que, na verdade, a capacidade será de 256,8 milhões de passageiros/ano.
Ou seja: bastou pegar a caneta para que, do nada, essa capacidade crescesse 106 milhões de passageiros/ano.
Leiam trecho de reportagem da Folha.
*


Sem qualquer alteração no plano de investimentos para a Copa, os aeroportos ganharam uma capacidade adicional de 100 milhões de passageiros/ano.
A ampliação ocorreu porque a Infraero, estatal que administra os aeroportos, alterou a metodologia usada para calcular a capacidade da infraestrutura.
Pelas contas originais, a capacidade dos 13 aeroportos estratégicos para a Copa (12 cidades-sede mais Campinas) subiria para quase 150 milhões de passageiros/ano com os investimentos de R$ 6,4 bilhões previstos até 2014.

Aplicada a nova metodologia, que leva em conta avanços tecnológicos e a mudança no perfil dos usuários, as mesmas obras agora elevarão a capacidade para 256,8 milhões de passageiros/ano.
Isso dá uma folga de 41% no sistema, considerando uma estimativa de demanda de 152,6 milhões de passageiros em 2014.
Com essa margem, os aeroportos poderiam aguentar de cinco a dez anos além da Copa sem grandes investimentos, dizem especialistas.
A IATA, associação internacional de empresas aéreas, recomenda folga de capacidade de ao menos 20%.
O especialista em transporte aéreo e professor da Coppe/UFRJ, Elton Fernandes, ironizou a mudança de metodologia:

“Com uma canetada, todos os problemas do setor acabaram”, disse.

Pobreza americana

O segmento que está no meio da distribuição de renda americana é mais rico do que 94% da população mundial

Merval Pereira, O Globo

O crescimento da pobreza nos Estados Unidos em 2010, em consequência da crise econômica, recentemente revelado por pesquisas oficiais, fez voltar um debate que chegou a ter até mesmo um pitoresco lado internacional.

Ao mesmo tempo em que, no Brasil, o ano de 2010 marcou a ascensão da classe C, a classe dominante tanto em número de pessoas quanto em poder de compra, abrigando mais de cem milhões de brasileiros, nos Estados Unidos houve o inverso, fazendo com que alguns ufanistas considerassem que o Brasil, finalmente, sobrepujara os Estados Unidos.

Já em novembro de 2010, refletindo essa euforia, a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, fizera um pronunciamento no qual registrou que "o Brasil nota com preocupação o aumento do número de pessoas vivendo na pobreza nos EUA e a persistente diferença racial".

Aproveitou para dar uns conselhos ao presidente Barack Obama: que ele fizesse como o presidente Lula e acelerasse os programas sociais contra a pobreza.

Os números oficiais divulgados recentemente mostram que, se o número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza voltou a aumentar nos Estados Unidos em 2010, para 15,1%, nível mais alto desde 1993, ou, em termos absolutos 46,2 milhões de pessoas, número mais alto em 52 anos, a definição da linha de pobreza pelos padrões americanos confundiu os mais entusiasmados.

A pobreza americana corresponde a uma renda anual de até US$ 22.314 para uma família de quatro membros, ou de até US$ 11.139 para uma só pessoa.

Fazendo-se a conversão para reais, essas rendas correspondem à renda de boa parte de nossa classe C, que vai de R$ 1.200 a R$ 5.174 por mês.

Para o economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas do Rio, nosso maior especialista em estudos de distribuição de rendas, o que explica essa diferença não é nem mesmo a paridade de poder de compra, que pode amenizá-la, mas "o nível de vida real mesmo, países mais ricos têm naturalmente exigências maiores em relação ao que é ser, ou não ser, pobre".

No nosso estudo de pobreza e de classe média, explica Neri, usamos a distribuição de renda e dados de consumo brasileiros para determinar as linhas de corte para os diferentes estratos econômicos.

"A classe média é relativa ao Brasil, não aos EUA, que é um país rico.
A renda média americana mesmo depois da crise caiu para US$ 400/dia PPP por família de quatro pessoas.
Logo quase todos os países que se compararem aos padrões americanos serão considerados pobres, sejam africanos ou latino-americanos."

(...)

"A nossa classe C está dentro dos limites, que variam muito entre si.
Alguns olham para a nossa classe C e a enxergam como média baixa; e para a nossa classe B e a enxergam como classe média alta",
analisa Neri.

Íntegra AQUI.

Governo de Dilma Roussef só executou 0,5% do Minha Casa


Regina Alvarez - O Globo

A cem dias de acabar o primeiro ano de gestão da presidente Dilma Rousseff, promessas de campanha e alguns compromissos assumidos no programa de governo não saíram do papel ou estão bem distantes de atingir as metas fixadas para 2011.

Destacados entre os principais compromissos da presidente, o programa Minha Casa Minha Vida, a construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e de Unidades Básicas de Saúde (UBS), de quadras esportivas e de postos de polícia comunitária têm recursos disponíveis no Orçamento da União, mas a liberação até setembro não chega a 10% do aprovado.

Uma das estrelas do PAC e também da campanha presidencial, o programa Minha Casa Minha Vida recebeu o primeiro golpe em março, com o corte de R$ 5,1 bilhões na dotação inicial de R$ 12,6 bilhões prevista no Orçamento.

Por conta desse atraso e de outros entraves na execução, o Minha Casa chega em setembro com apenas R$ 3,5 milhões executados (pagos), 0,5% dos R$ 7,6 bilhões restantes no Orçamento.
A meta do programa é construir dois milhões de moradias até 2014 .

O Ministério das Cidades informa que foram contratados até setembro 253 mil unidades, mas incluiu nessa conta as unidades financiadas com recursos do FGTS.

Os exterminadores do futuro levam o Brasil de volta às carroças

Fusca Brasil
(Outras ilustrações imperdíveis no blog)



Doutor em Alopradologia pela UNICAMP (bancada formada por Delfim Netto, "Plano" Bresser Pão-de-Açúcar Pereira, Maria Palavrão Tavares e outras sumidades dinossáuricas, o Mini$tro da inconsCiência e Tecnalopradia Mercadante convenceu seu colega italiano, o Mini$tro Mantega a reinstalar o protecionismo pré-muro de Berlim, muito comum no regime militar e na era pré-Plano Real.

Para sacrificar ainda mais o consumidor brasileiro, ao invés de reduzir os impostos que impedem o crescimento de nossa indústria, resolveram AUMENTAR os impostos, neste caso apenas para automóveis importados, como nos bons tempos das carroças.

Quando o Governo Itamar estabilizou a economia, sua grande contribuição à indústria brasileira foi a de REDUZIR os impostos para os automóveis populares, gerando milhares de empregos e alavancando a indústria nacional.

Foi quando surgiu o Uno Mille e uma montadora oportunista ressuscitou o aposentado Fusca.
Agora, com o desgoverno lulopetista do poste Dilma, o Brasil dá largos passos para trás, retrocedendo à era das carroças, encerrada há 20 anos.

Sindicatos e montadoras oportunistas aplaudiram o desgoverno petralha, pois agora poderão se acomodar vendendo carros ultrapassados a preços de Mercedes Benz a um povo cada vez mais explorado e sem opções.

Para homenagear o desgoverno, duas montadoras resolveram recriar o antigo cartel automotivo Autolatina, "desenvolvendo" um veículo com componentes de duas marcas diferentes: o Ka e o Gol, cujo modelo comemorativo será o KaGol.

O Brasil só poderá ter grandes eventos quando tiver um grande governo

Fifa pode tirar Copa do Brasil e entregá-la aos EUA
Brasil 247


Atrasos nos estádios e nos projetos de mobilidade urbana podem levar a entidade máxima do futebol a repetir o que ocorreu em 1986, quando o Mundial foi transferido da Colômbia para o México; americanos já estão de sobreaviso

No dia 26 de maio deste ano, o 247 foi a primeira publicação a alertar sobre o risco de que o Brasil perdesse a Copa do Mundo de 2014 para os Estados Unidos, em razão dos atrasos nas obras dos estádios e dos projetos de mobilidade urbana.

Naquele momento, já estava claro, para quem acompanha os movimentos da Fifa, a entidade máxima do futebol mundial, que os Estados Unidos, organizadores da Copa de 1994, vencida pelo Brasil, já se articulavam para sediar também o evento de 2014.

Neste fim de semana, diversas publicações alertam que o risco é real.
Eis os motivos:


• As obras de praticamente todos os estádios estão atrasadas.
Em muitos casos, os problemas são superfaturamento e esquemas com empreiteiras.

• Os projetos de mobilidade urbana não saíram do papel e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, já falou até em decretar “feriados” nos dias dos jogos – o que apenas evidenciaria a incapacidade do País em organizar um evento de porte mundial.

• A Lei Geral da Copa, enviada ao Congresso Nacional no último dia 19 pela presidente Dilma, desagradou, e muito, a Fifa, que pretende ter o controle total sobre temas como credenciamento de jornalistas, vendas de ingressos, gratuidades e proibição contra o marketing de emboscada – como a entidade tem acordos globais com cervejarias e outras marcas, pretende defender seus parceiros comerciais.

• Além de tudo isso, é péssima a relação entre o governo Dilma e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, que sonha em assumir o comando da Fifa após o Mundial de 2014.


Jerome Valcke já perdeu a confiança no ministro dos Esportes, Orlando Silva, e admite a interlocutores que pensa num plano B.
Este plano B existe e foi publicado aqui no 247, em maio: USA.


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Leia AQUI a reportagem anterior do 247 que trata do maior escândalo da história do futebol, apontando a distribuição de propinas de mais de US$ 100 milhões pela Fifa e pela CBF.

A especulação do cancelamento da Copa do Mundo no Brasil já se tornou motivo de apostas no mercado financeiro.
Os operadores da bolsa de valores iniciaram uma espécie de bolão sobre o destino da Copa do Mundo de 2014.
O objetivo é acertar qual país será o substituto do Brasil como anfitrião do torneio.

Motivos não faltam: o Ministério Público começou a investigar o possível superfaturamento das obras do Maracanã, o principal estádio brasileiro para o torneio; São Paulo, a capital financeira do País, corre perigo de não receber os jogos pelos problemas no futuro estádio do Corinthians; a reforma completa e necessária dos aeroportos foi descartada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada); e Ricardo Teixeira perdeu a força e caiu em desgraça na Fifa depois que um dirigente inglês o acusou de pedir propina para votar na Inglaterra como sede de 2018.
(continua)

Atrasos e falta de controle ameaçam legado da Copa

Por Mariana Barbosa e Rogrigo Mattos, na Folha:

Quase quatro anos após o Brasil ser escolhido como sede da Copa de 2014, o governo perdeu o controle do andamento das obras ligadas ao evento e pôs em risco o legado de infraestrutura que ele poderia deixar para o país.

Divulgado há 11 dias, o balanço mais recente do governo sobre os projetos da Copa já está desatualizado.

Prazos indicados no documento não batem com informações das cidades-sede, e outros soam irreais diante dos problemas que as obras têm enfrentado.
Autoridades que acompanham os preparativos para a Copa já falam em organizar os dias de jogos com a estrutura hoje disponível, sem contar com as novas obras.

A promessa do governo de entregar nove estádios no final de 2012 também já caiu por terra, com novos atrasos.

No capítulo transportes, há problemas como o do monotrilho do eixo norte/leste de Manaus.
Além de sofrer questionamentos da CGU (Controladoria-Geral da União), a obra pode estourar o prazo.
A previsão do governo do Amazonas é de início das obras em novembro de 2011 e conclusão em maio de 2014, dois meses antes da Copa.
O governo reconheceu que pode não concluí-la a tempo.

Uma nova oportunidade

Blog do Alon

Ao histórico pronunciamento do presidente Mahmoud Abbas em Nova York seguiu-se o anúncio de que o Quarteto (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas) alcançou acordo sobre a reabertura das negociações para a busca de um status definitivo

Há alguns obstáculos à criação do Estado Palestino, direito legítimo daquele povo.
São externos e internos. E conectados.

Há dificuldades políticas no Conselho de Segurança da ONU.
Um jogo entre as grandes potências.
Coisa que não chega a ser novidade.
(...)

O debate entre as potências sobre assuntos assim é sempre delicado.
Pois cada uma tem seus próprios problemas.

(...)

Quando se discutem áreas de domínio e influência toda potência leva para a mesa seus próprios interesses, mesmo quando jogam para a plateia.
E levam em conta os interesses das demais do clube.

Isso não impede arrisquem passos unilaterais.
Como o Ocidente com Kosovo, ou a Rússia com as províncias rebeldes da Geórgia.

Mas a regra é cada uma respeitar o interesse das sócias.
Ainda que esferas de influência sejam como placas tectônicas.
Móveis, mesmo que se movam lentamente.

Outro desafio palestino é o interno.

Israel não foi criado pela ONU.
A organização apenas aprovou a partilha da área do antigo mandato britânico na Palestina entre dois países.
Um árabe e um judeu.


O Estado judeu pôde nascer porque dispunha de liderança política e de força militar bastante unificadas, capazes de estabelecer autoridade sobre o território e defendê-lo.

Por isso, o governo do novo país prevaleceu sobre as correntes nacionalistas para quem aceitar a partilha do território com os árabes era uma traição aos ideais do nacionalismo judeu.

A Palestina enfrenta resistências no Conselho de Segurança da ONU.
Mas o que impede os palestinos de, como Kosovo, simplesmente declarar a independência, criar na prática seu país e cuidar depois do reconhecimento internacional?

Falta a liderança unificada e a capacidade de estabelecer autoridade, inclusive militar, sobre o território.

O desenvolvimento histórico da legítima luta dos palestinos para terem seu país acabou produzindo um cenário de múltiplos grupos, cada um com suas armas, ideologia e objetivos. E patrocinadores.

Isso impede que a liderança escolhida em eleições imponha democraticamente a vontade da maioria à minoria quando está em jogo o interesse nacional.

Daí por que a Palestina necessita recorrer aos jogadores externos, para construir de fora para dentro um consenso difícil de construir de dentro para fora.

O amplo apoio internacional à constituição de um Estado Palestino é um ativo, mas traz junto a dificuldade: todo mundo se dá o direito de opinar sobre como fazer a coisa.

Brigar com os fatos não chega a ser inteligente.
Ao histórico pronunciamento do presidente Mahmoud Abbas em Nova York seguiu-se o anúncio de que o Quarteto (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas) alcançou acordo sobre a reabertura das negociações para a busca de um status definitivo.

É uma nova excelente oportunidade.
Resta saber se os diretamente envolvidos vão saber aproveitá-la.

O Brasil, que frequentemente enfatiza a preferência por soluções negociadas, aplaudiu.